Apesar da resolução do Conselho de Segurança da ONU e dos aparentes esforços de países europeus e do Egito para um cessar-fogo na Faixa de Gaza, Israel continua com sua ofensiva na região, destinada, segundo eles, a impedir o lançamento de foguetes pelo Hamas.
"Israel está determinado a lidar com esse assunto até uma conclusão positiva, para que não haja mais terrorismo em Gaza contra Israel", afirmou Rafi Eitan, membro do gabinete de segurança israelense a uma rádio de Israel.
Nos ataques desta noite, militares israelenses afirmaram que atingiram pelo menos 40 alvos e mataram 15 militantes do Hamas em confrontos por terra. Moradores da cidade de Rafah disseram que a energia foi cortada após bombardeios a túneis na fronteira entre Gaza e o Egito.
O Hamas lançou cerca de 35 foguetes nas últimas 24 horas em território israelense, mas nenhuma notícia de vítimas ou danos foi registrada neste sábado (10).
Pelo menos 800 palestinos e 14 israelenses morreram em duas semanas de guerra na Faixa de Gaza, disseram nesta sexta-feira (9) fontes dos dois lados em conflito.
Segundo o médico Muawiya Hassanein, responsável pelos serviços de emergência no território palestino controlado pelo Hamas, os mortos pelos bombardeios e ataques terrestres israelenses superam 800, e 3.330 pessoas ficaram feridas. Ele estima que cerca de um terço das vítimas tenha menos de 16 anos.
Do lado israelense, pelo menos 4 civis morreram atingidos por foguetes lançados pelo Hamas, e 10 militares morreram em combate em Gaza ou vítimas de disparos na fronteira. Ao menos 154 israelenses ficaram feridos, 123 deles sem gravidade.
Mediação
O chefe de Estado egípcio, Hosni Mubarak, e o presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mahmoud Abbas, devem se reunir neste sábado (10) no Cairo para tentar progredir nas negociações sobre uma trégua em Gaza.
Segundo fontes oficiais do Egito, os dois líderes discutirão a iniciativa franco-egípcia de cessar-fogo na tentativa de deter a atual escalada de violência.
Os pontos básicos da proposta de Mubarak incluem uma trégua por um período limitado e a abertura das fronteiras para que a população de Gaza possa receber assistência humanitária.
O primeiro-ministro israelense Ehud Olmert afirmou nesta sexta que Israel vai prosseguir com sua campanha militar em Gaza apesar da resolução de cessar-fogo imediato tomada pelo Conselho de Segurança da ONU.
Olmert argumentou que os palestinos continuaram lançando foguetes sobre o território israelense. Segundo ele, o Exército continuaria defendendo Israel. "O lançamento de foguetes nesta manhã só mostra que a decisão da ONU é impraticável e não será cumprida pelas organizações palestinas assassinas", disse ele em comunicado.
Mais tarde, o gabinete de segurança de Israel confirmou a continuidade dos ataques.
Situação humanitária grave
A situação humanitária é grave em Gaza, segundo testemunhas, a agência da ONU que cuida dos refugiados palestinos e organizações não-governamentais que atuam na área.
O serviço médico palestino estima que cerca de um terço dos mortos tenham menos de 16 anos.
A agência da ONU para os refugiados palestinos (UNRWA) anunciou que vai retomar suas atividades de ajuda humanitária na Faixa de Gaza o mais rápido possivel, depois de ter recebido garantias de Israel de que seu pessoal será respeitado pelas tropas.
"A ONU recebeu garantias críveis de que a segurança de seu pessoal, instalações e operações humanitárias seria totalmente respeitada", disse em Nova York Michele Montas, porta-voz da entidade.
As atividades da agência estavam suspensas desde quinta-feira, depois que um ataque a um comboio que levava ajuda humanitária matou dois motoristas palestinos. A ONU atribuiu o ataque ao Exército de Israel.
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