Israel é o "único suspeito" da morte de Arafat, diz comissão

O chefe da comissão de investigação palestina, Tawfiq Tirawi, disse nesta sexta-feira (8) acreditar que Israel seja o único suspeito da morte por envenenamento do ex-líder palestino Yasser Arafat, como apontou relatório médico da Suiça na última quarta-feira (6).

"Israel é o principal suspeito, o principal e único suspeito no caso do assassinato de Yasser Arafat", disse Tirawi em uma coletiva de imprensa em Ramallah, na Cisjordânia.

Tirawi chamou a morte de Arafat, em 2004, de "assassinato" e disse que as investigações continuarão para confirmar todos os detalhes e todos os elementos do caso.

Na coletiva, o Dr. Abdullah Bashir, chefe da comissão médica, apresentou o relatório enviado pela Rússia que também relata 'grande quantidade' de polônio radioativo no corpo de Arafat, embora seja bem mais cauteloso do que o suíço.

"O resultado do relatório sobre os níveis de polônio-210 e o desenvolvimento de sua (de Arafat) doença não fornece provas suficientes para sustentar a decisão de que polônio-210 causou a síndrome de radiação aguda, levando à morte", disse o Dr. Abdullah Bashir, citando o conclusões do relatório russo.

A comissão palestina, assim, não tem em mãos apenas o relatório da França sobre as mesmas amostras, o que provocou uma cobrança para que o país envie as análises."A França conhece toda a verdade e os detalhes sobre o martírio de Yasser Arafat", garantiu Tirawi.

"Até o momento não recebemos nenhuma resposta da parte francesa. Enviamos uma nova carta aos franceses, na qual pedimos que acelerem o envio dos resultados, que continuamos esperando", acrescentou Ali Mhana, ministro palestino da Justiça.

O corpo de Arafat foi exumado em novembro passado. Ele adoeceu em outubro de 2004 subitamente após uma refeição, com náuseas, vômito e dor abdominal. À época, foi diagnosticado com gripe.

Levado para Paris para ser tratado, morreu em 11 de novembro, aos 75 anos.Muitos palestinos acreditam que Israel foi responsável pela morte de Arafat, embora Israel tenha negado repetidamente.