Israel encurralou posições do Hamas na Faixa de Gaza neste sábado, matando ao menos cinco combatentes e prendendo um ministro do gabinete palestino.
Um onda de ataques aéreos destruiu complexos usados pela Força Executiva e a ala armada do Hamas, e um posto da guarda em frente à casa do primeiro-ministro, Ismail Haniyeh.
Militantes de Gaza, que lançaram mais de 220 foguetes contra Israel desde 15 de maio, sinalizaram na sexta-feira que poderiam concordar com uma trégua. Mas depois dos ataques aéreos um acordo parece duvidoso.
Colunas gigantescas de fumaça negra subiam do que restou do complexo que abrigava a Força Executiva na Cidade de Gaza. Ao menos cinco membros da força morreram e outras 30 pessoas ficaram feridas nos ataques, informaram funcionários das equipes médicas.
A explosão também destruiu um jardim-de-infância nas redondezas, estilhaçando as janelas e obrigando crianças com menos de seis anos de idade a rastejar em busca de abrigo. Ninguém ficou ferido na escola.
A dificuldade de o presidente palestino, Mahmoud Abbas, obter uma trégua de militantes rivais nos ataques de foguetes, e o ceticismo de Israel sobre um novo cessar-fogo, destacam o dilema que ambos os lados enfrentam.
Abbas, cuja facção secular do Fatah uniu-se a um frágil governo de unidade liderado pelo grupo islâmico Hamas há dois meses, pede calma na esperança de reviver as negociações de paz com Israel.
O Hamas vem resistindo a pedidos de Abbas para uma renovação da trégua, mas está ciente de que a luta aumentou o rancor dos palestinos contra o governo, já bastante fragilizado com um embargo de ajuda do Ocidente por sua recusa em reconhecer o Estado de Israel e renunciar à violência.
Autoridades israelenses duvidam que uma trégua dure enquanto o Hamas continuar contrabandeando armas para Gaza via Egito. O enviado da ONU pediu que Israel e os palestinos considerem a possibilidade de manter tropas de paz internacionais ali.
Testemunhas palestinas disseram ter visto sete ataques aéreos israelenses antes do meio-dia, além dos cinco ataques durante a noite no qual pelo menos três pessoas, todas civis, ficaram feridas. Até agora Israel confirmou oito ataques aéreos.
Militantes palestinos dispararam pelo menos cinco foguetes contra Israel no sábado, mas sem fazer feridos, disse o Exército israelense.
SEGUNDO MINISTRO
O ministro palestino do Estado Wasfi Kabha, do Hamas, foi preso em uma incursão no início da manhã ao seu vilarejo perto da cidade de Jenin, na Cisjordânia, disse uma autoridade da segurança palestina.
Kabha é o segundo ministro do gabinete palestino preso por Israel desde quinta-feira, quando tropas detiveram o ministro da Educação Naser al-Shaer, também do Hamas, e outras 32 autoridades na Cisjordânia ocupada.
A série de ataques aéreos e a incursão a Jenin foram lançadas horas depois de a ala armada do Hamas e outras facções militantes anunciarem que estudavam a proposta de Abbas de um cessar-fogo em Gaza.
Anteriormente, os militantes haviam dito que para reviver uma trégua em Gaza, declarada em novembro, Israel deveria concordar também em cessar as hostilidades na Cisjordânia, outro território que os palestinos clamam para seu Estado. Israel rejeitou essa exigência.