Israel espionou as negociações sigilosas entre Irã e Estados Unidos sobre um acordo nuclear pouco após o início das reuniões, segundo funcionários da Casa Branca, revelou ontem o jornal “The Wall Street Journal”.
A operação “fazia parte de uma ampla campanha do governo do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, para ter conhecimento das negociações e ajudar a elaborar seus argumentos contra os emergentes termos do acordo”, disse a reportagem, que cita como fontes funcionários do governo dos EUA.
“Além de escutas ilegais, Israel obteve informação de reuniões, informantes e contatos diplomáticos confidenciais dos EUA na Europa”, afirmou a publicação.
O “Wall Street Journal” explicou que EUA e Israel, aliados de longa data que compartilham informações sobre ameaças à segurança, às vezes operam em trabalhos de contraespionagem.
“A Casa Branca descobriu a operação quando as agências de inteligência dos EUA que espionam em Israel interceptaram comunicações entre funcionários israelenses com detalhes aos quais apenas Washington poderia ter acesso nas negociações”, disse a publicação.
As negociações do grupo G5+1 (EUA, Rússia, China, Reino Unido, França e Alemanha) com o Irã abriram uma crise nas relações entre EUA e Israel, que se opõe ao acordo.
À BBC, um funcionário do alto escalão do governo israelense criticou as acusações. “O Estado de Israel nunca conduz espionagem contra os EUA ou qualquer aliado. A falsa alegação com certeza foi feita para desestabilizar os fortes laços entre os países e a relação de inteligência e segurança que mantemos.”