O gabinete de Israel, esperando estancar o fluxo de imigrantes africanos clandestinos, que chega através da porosa fronteira sul do país com o Egito, deverá votar no próximo domingo a proposta para construir um gigantesco complexo de detenção para guardar os ilegais.
Alguns dos africanos buscam asilo político em Israel, mas os funcionários dizem que a maioria chega atrás de trabalho e acaba absorvida na força de trabalho clandestina do país. O centro de detenção tem como missão tornar a imigração clandestina uma perspectiva menos agradável e sua construção será votada apenas alguns dias após Israel começar a construir uma barreira na fronteira com o Egito.
Segundo dados do governo de Israel, cerca de 13 mil imigrantes clandestinos da África devem ter entrado ou ainda entrarão no país neste ano, se juntando a outros 20 mil que chegaram entre 2006 e 2009. Neste ritmo, em 2011, "teremos mais imigrantes clandestinos que imigrantes legais", disse Eyal Gabbai, assessor do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, do Likud.
O governo de Israel afirma que os clandestinos serão alimentados, abrigados e receberão cuidados médicos no centro de detenção, mas não poderão trabalhar. "Isso irá enfraquecer o incentivo econômico que eles têm para vir a Israel", disse Gabbai, à Rádio Israel. Segundo ele, os países da Europa Ocidental construíram centros de detenção semelhantes para imigrantes clandestinos.
Dois grupos de defesa dos direitos civis em Israel, a Associação pelos Direitos Civis de Israel e a Linha para os Trabalhadores Imigrantes, disseram que o centro será "um campo de refugiados, nada mais que um gueto". Segundo eles, a proposta do governo não leva em conta o bem-estar dos imigrantes africanos que buscam asilo e suas crianças. Os grupos de direitos humanos lembram que a maioria dos imigrantes veem de países pobres da África que enfrentaram conflitos políticos e guerras, como Sudão e Eritreia.
Na última segunda-feira, o governo de Israel começou a construir uma barreira na fronteira com o Egito. A barreira tem como objetivo impedir tanto a entrada de imigrantes clandestinos quando de extremistas islâmicos. As informações são da Associated Press.
STF abre brecha para anulação de milhares de condenações por improbidade administrativa
“ADPF das Favelas” caminha para o fim, mas deixa precedentes graves de ativismo judicial pelo STF
A ousadia do crime organizado
Trump confirma Musk em órgão de eficiência governamental e fala em novo “Projeto Manhattan”