Os sete integrantes do gabinete de segurança de Israel reuniram-se nesta segunda-feira pela quinta vez em 24 horas para analisar uma possível troca de prisioneiros palestinos pelo militar Guilad Shalit, capturado há mais de três anos por milicianos ligados ao grupo islâmico Hamas na fronteira israelense com a Faixa de Gaza.

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A mãe do soldado, Aviva Shalit, disse em Jerusalém que o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu lhe prometera que em "poucas horas" seria alcançado um acordo sobre seu filho, talvez já na terça-feira. Os pais de Shalit intensificaram uma campanha para pressionar por uma troca.

Shalit, de 23 anos, foi capturado em 25 de junho de 2006 na fronteira com a Faixa de Gaza por um grupo de militantes palestinos ligado ao Hamas.

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Netanyahu e os seis ministros que integram o gabinete de segurança se reuniram duas vezes no domingo e mais três nesta segunda-feira sem conseguir chegar a um acordo. Segundo a rádio pública de Israel, três ministros, entre eles o de Defesa Ehud Barak, concordam que Israel liberte, em troca de Shalit, centenas de presos palestinos, como exige o Hamas. Outros três ministros, entre eles o chanceler Avigdor Lieberman, manifestaram-se contra.

Netanyahu, cuja palavra tem um peso determinante, inicialmente se mostrou contra a libertação de alguns presos que foram condenados por organizar atentados suicidas, temendo novos ataques sangrentos. Qualquer que seja a decisão, é provável que Netanyahu a submeta à votação de todo o seu gabinete.

Para o direitista Netanyahu, que sempre se opôs a negociações com militantes, a libertação dos presos representa um particular dilema. Além de estar sendo pressionado pelos pais de Shalit, o chefe de governo também sofre pressões dos parentes dos israelenses mortos por palestinos para que não aceite suas libertações.

O encontro do "gabinete de segurança" coincidiu com uma manifestação nas imediações do gabinete de Netanyahu, na qual centenas de pessoas exigiam do primeiro-ministro que acabasse logo o que começou, referindo-se às negociações de troca.

Os manifestantes colocaram numerosas reproduções em tamanho real do soldado, que seria solto em troca da libertação de cerca de mil dos 11 mil palestinos que Israel mantém presos.

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"Entendo qual é o dilema, mas Guilad está cativo há 1.275 dias. Os que estão decidindo têm de perceber que seu voto pode levar a dois resultados: a pena de morte para Guilad ou sua liberdade", disse a mãe do soldado durante a manifestação.