O governo de Israel afirmou hoje que não encerrará o bloqueio na Faixa de Gaza a menos que o Hamas permita que a Cruz Vermelha visite um soldado do país capturado em 2006. No entanto, o grupo islâmico que controla Gaza rejeita essa demanda. A oposição internacional ao bloqueio israelense no enclave costeiro aumentou desde o ataque na semana passada de Israel a uma flotilha humanitária, em uma ação que deixou nove ativistas mortos.
O ministro das Relações Exteriores de Israel, Avigdor Lieberman, disse que "a condição mínima para retirar o bloqueio é que a Cruz Vermelha possa visitar regularmente Gilad Shalit", o militar israelense de 23 anos mantido em um esconderijo dos militantes em Gaza. "Enquanto essa condição não for atendida, não há razão para mudar a situação."
O Hamas rapidamente rechaçou os comentários, afirmando que a tentativa de relacionar o caso Shalit com o bloqueio em Gaza é uma tentativa de "enganar e encobrir os esforços internacionais para o fim do cerco". O movimento islâmico afirmou que apenas libertará Shalit se Israel libertar centenas de prisioneiros palestinos, incluindo vários líderes políticos e altos militantes responsáveis por ataques com mortes.
Israel e o Egito impuseram o fechamento de Gaza após Shalit ser capturado, em junho de 2006. O cerco foi reforçado quando o Hamas tomou o controle de Gaza, mais tarde naquele ano. Israel afirma que isso é necessário para conter o Hamas - que prega a destruição do Estado israelense - e pressionar pela libertação do militar. Já os críticos veem essa ação como uma "punição coletiva" aos palestinos.
Muitos bens de consumo são contrabandeados por meio de túneis do Egito, mas os materiais de construção não podem ser comprados pela maioria dos 1,5 milhão de moradores de Gaza, 80% dos quais dependem de auxílio internacional. O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, disse ontem que a situação humanitária em Gaza é "insustentável". As informações são da Dow Jones.
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