O Exército de Israel anunciou neste domingo (31) que expropriará 400 hectares de terra perto de Belém, no sul do território palestino da Cisjordânia. A área é próxima ao assentamento de Gush Etzion, situado entre Belém e Hebron.
Segundo o Exército, o governo deu aval à desocupação da área porque não existe reivindicação privada de proprietários palestinos sobre a citada terra. Mesmo assim, os possíveis donos têm até 45 dias para recorrer contra a decisão.
A expectativa é que a área seja usada para expandir Gush Etzion, considerado ilegal pelo direito internacional. Segundo a ONG A Paz Agora, contrária aos assentamentos, esta é a maior expropriação em território palestino desde a década de 1980.
"Esta é uma mensagem para os palestinos de que Israel negocia com [o movimento islamita] Hamas e ao mesmo tempo destrói as opções para conseguir um verdadeiro acordo com os moderados", afirmou a organização, em nota.
A decisão é tomada um mês depois que colonos judeus voltaram a pedir a expropriação da área, como forma de retaliação aos palestinos pela morte de três estudantes judeus em julho, que haviam desaparecido perto de Gush Etzion.
Para o subdiretor da organização colonialista Conselho de Yesha, Yigal Dilmoni, defende que a expropriação "é a resposta apropriada aos ataques terroristas em Israel". "Os assassinos dos três jovens queriam semear o medo em nossos corações e nossa resposta é aprofundar a colonização".
O governo israelense já deu sinais de que não pretende deixar de colonizar a Cisjordânia, demanda dos palestinos para que possa ser formado um Estado contínuo.
A ação acontece dias após o fim do conflito com o grupo radical Hamas na faixa de Gaza, que durou 50 dias e foi provocada pela morte dos adolescentes de Gush Etzion. Na ação, 70 israelense e mais de 2.200 palestinos foram mortos.
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