Tel-Aviv (AE/AP) Com uma série de bombardeios, Israel abriu ontem à noite uma zona de segurança no norte da Faixa de Gaza região desocupada pelos judeus em setembro e entregue à Autoridade Palestina (AP) em outubro. O objetivo seria impedir que grupos radicais palestinos, instalados na região de fronteira, lancem foguetes contra o território israelense. Um militante e um adolescente que passava pelo local ficaram feridos.
"Israel deixou Gaza e não tem o direito de retornar", reagiu o presidente da AP, Mahmud Abbas. "Eles não deveriam adotar nenhum pretexto", alegou, depois de fracassar na tentativa de obter novo acordo de paz com os grupos radicais. Segundo fontes na segurança israelense, o país não pretende enviar tropas ao local, que será patrulhado pela aviação. O Exército israelense entregou à AP um mapa da zona de segurança também chamada em Israel de "zona-tampão".
Pelo menos 12 projéteis israelenses atingiram região no início da noite, quando expirou o prazo dado pelo comando militar israelense para que todos os palestinos deixassem a área, antes ocupada pelas colônias judaicas de Nissanit, Elei Sinai e Dugit. Parte das famílias palestinas que se mudaram para as colônias se retirou. Grupos radicais, como a Jihad Islâmica e as Brigadas dos Mártires de Al-Aqsa, não aceitam recuar.
Projéteis palestinos atingiram nos últimos dias instalações estratégicas de Israel, incluindo uma usina de energia no sul da cidade de Ashkelon e uma base militar, na qual três soldados ficaram feridos. No início desta semana, a aviação israelense despejou no norte da Faixa de Gaza panfletos advertindo que quem permanecesse na área das antigas colônias até às 18 horas de ontem seria alvo de fogo.