Jerusalém Em meio à crescente pressão sobre o Hamas, Israel prepara planos para reocupar a Faixa de Gaza se o grupo islâmico não coibir o lançamento de foguetes a partir desse território, disse Yoav Galant, chefe do comando sul do Exército de Israel.
Autoridades israelenses asseguram que não há planos imediatos para lançar um ataque contra o atual governo palestino, dominado pelo grupo Hamas, classificado como "terrorista" pelo Ocidente. Mas os comentários traduzem a crescente impaciência de Israel para com o grupo, que tem se recusado a abdicar da violência, defendeu um recente atentado suicida contra Tel Aviv e não consegue impedir o lançamento de mísseis contra Israel.
"Se o preço a pagar ficar insuportável como resultado dos ataques, então teremos de tomar todas as medidas, inclusive reocupar a Faixa de Gaza", disse o general Yoav Galant, chefe do comando sul de Israel, a um jornal local.
O presidente palestino, Mahmoud Abbas, disse que a retomada de Gaza seria um "erro fatal". Israel retirou-se de Gaza sete meses trás, pondo fim a 38 anos de ocupação.
As tensões na região atingiram um novo pico na quinta-feira, quando o Hamas anunciou a formação de uma nova força armada oficial a ser comandada por Jamal Abu Samhadana, ex-líder de um grupo tido como responsável por diversos ataques contra Israel. Samhadana é considerado foragido e é procurado pelas autoridades israelenses.
A tentativa do Hamas de criar uma nova força de segurança é vista como uma resposta à movimentação de Abbas para centralizar o controle das forças policiais existentes. Mas o presidente, bem como o governo de Israel, reagiram com horror à noção de uma polícia paralela, formada por antigos extremistas e chefiada por um homem procurado.
Enquanto isso, a União Européia (UE) confirmou que sua ajuda à Autoridade Palestina (AP) continua suspensa por tempo indeterminado. Os Estados Unidos também deixaram de colaborar com a AP.
Inclusive impostos pagos por palestinos a Israel estariam retidos. A UE voltou a exigir que Israel retome o repasse dos impostos retidos nas aduanas. "O dinheiro dos impostos é dinheiro palestino. Não se trata de doações israelenses", destacou Emma Udwin, porta-voz da UE, em Bruxelas.