Na esperança de neutralizar um relatório da ONU com críticas acirradas à ofensiva israelense na Faixa de Gaza, Israel vai criar uma equipe para analisar as investigações internas que isentaram seus soldados de crimes graves, disse uma fonte política no domingo (25).
O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, e o ministro da Defesa Ehud Barak "esperam que essa iniciativa resolva a questão", disse a fonte, um assessor do governo que exigiu anonimato para falar.
A fonte fazia referência às exigências internacionais de que Israel lance uma investigação doméstica independente sobre as alegações de que teria cometido crimes de guerra.
Em dezembro passado, Israel bombardeou e invadiu a Faixa de Gaza em resposta ao disparo de foguetes pelo grupo palestino Hamas. O país se recusou a cooperar com uma missão de investigação das Nações Unidas comandada pelo jurista sul-africano Richard Goldstone, citando o receio de preconceito contra Israel.
O relatório Goldstone fez críticas pesadas aos dois lados na guerra, que matou 1.387 palestinos e 13 israelenses, mas foi mais duro em relação a Israel. Deu aos dois lados o prazo de seis meses para lançarem investigações dignas de crédito, sob pena de enfrentarem possível julgamento em Haia.
Goldstone disse que sentiria confiança em uma investigação israelense independente. Comitês desse tipo no passado levaram a renúncias de políticos de alto escalão e trocas de ocupantes de cargos.
Mas a fonte política disse que Netanyahu e Barak não querem passar por cima de uma série de investigações militares internas que apoiaram as táticas empregadas pelo exército israelense. Desde a guerra foram realizadas algumas cortes marciais, mas por acusações de monta menor, como saques.
"A ideia é criar uma equipe para verificar os resultados da investigação e assegurar que não houve falta de profissionalismo ou camuflagem de erros cometidos", disse a fonte, acrescentando que a iniciativa de Netanyahu e Barak terá que ser aprovada pelo gabinete na próxima semana.
Indagado por que o governo resiste à ideia de uma investigação independente, a fonte disse: "Netanyahu tem medo de ficar com as mãos atadas no caso de outras ações se fazerem necessárias na Faixa de Gaza".
Um porta-voz de Netanyahu se negou a dar declarações.
Israel vem fazendo lobby contra qualquer tentativa de levar o relatório Goldstone à análise do Conselho de Segurança da ONU. Netanyahu disse que tal iniciativa seria um ataque ao direito de autodefesa de Israel e prejudicaria os esforços liderados pelos EUA para reativar o processo de paz com os palestinos.
O Hamas, grupo islâmico que rejeita a coexistência permanente com o Estado judaico, disse que também formará um comitê para investigar as alegações contidas no relatório Goldstone.
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