Jerusalém (AE/AP/EFE) Israel rejeitou ontem a idéia de conceder aos palestinos acesso ao resto do mundo. O governo do Estado judeu insiste em manter o controle sobre quem entra e quem sai da Faixa de Gaza depois que milhares de colonos e soldados saírem da área litorânea.
Os palestinos denunciam que Israel pretende transformar a Faixa de Gaza numa imensa prisão a céu aberto, cercada por todos os lados. Em sua avaliação, o território continuará ocupado. Israel controla o entroncamento de Rafah desde a Guerra dos Seis Dias, em 1967.
Israel pretende evacuar na próxima quinta-feira o primeiro dos 21 assentamentos judaicos que existentes na Faixa de Gaza. Trata-se de Peat Sadeh, um pequeno assentamento situado no sul do bloco de Gush Katif (Gaza), onde vivem 22 famílias. Moradores do assentamento organizam um protesto para amanhã.
Israel quer controlar ainda o espaço aérea e a costa do território palestino. Além de dominar as fronteiras, pretene avançar três quilômetros para o leste, até o ponto exato onde convergem as fronteiras de Israel, Egito e Faixa de Gaza.A questão é essencial para o futuro de Gaza e refletirá a extensão real da retirada proposta por Israel. O gabinete de segurança israelense ainda não chegou a a decisões definitivas.
Na disputa entre Israel e o Fatah palestino, ontem foi dia de confronto. Integrantes do grupo armado seqüestraram dois funcionários das Nações Unidas e um motorista palestino, quando o trio circulava pela cidade de Khan Yunes. Depois de um tiroteio, os reféns foram libertados. Os seqüestradores pretendiam trocá-los por um líder do Fatah, Salah al-Farraj, preso no domingo.
Obstáculos
Veja quais os principais pontos de divergência que dificultam a paz entre palestinos e israelenses.
Assentamentos
A desocupação total das colônias judaicas de Gaza e de quatro colônias da Cisjordânia é apenas o começo. Juntos os territórios reivindicados pelos árabes para um futuro Estado abrigam cerca de 140 mil colonos em dezenas de assentamentos.
Jerusalém
Os palestinos reivindicam a parte oriental como futura capital. Para Israel, Jerusalém é a capital eterna e indivisível.
Refugiados
Os palestinos querem a volta de 3,5 milhões de refugiados aos territórios. Israel aceita apenas a volta de parte deles, temendo a maioria demográfica palestina. Na prática, é improvável que a totalidade de antigos moradores da Palestina, que saíram como refugiados e refizeram suas vidas em outros países, inclusive no Brasil, queira voltar para a região.
Água
Diante da escassez de água da região, tanto Israel quanto os palestinos lutam pelo controle dos recursos hídricos da Cisjordânia.
Muro
A construção de um muro entre Israel e algumas localidades palestinas é motivo de queixas árabes, embora Israel diga que o muro serve como proteção contra os atentados freqüentemente cometidos por radicais palestinos.