O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, propôs nesta segunda-feira renovar um congelamento parcial nas construções em assentamentos israelenses em troca de os palestinos reconhecerem Israel como um Estado judaico.
Autoridades palestinas rejeitaram rapidamente a oferta -- a mais recente tentativa israelense de reviver as conversações diretas de paz, depois que os palestinos abandonaram as negociações em protesto contra a retomada das obras nas colônias na Cisjordânia ocupada.
Netanyahu anunciou a oferta três dias depois que líderes árabes e palestinos deram aos Estados Unidos o prazo de um mês para persuadir Israel a renovar uma moratória de dez meses na construção de casas nos assentamentos, que expirou em 26 de setembro.
Netanyahu reluta em prorrogar a moratória e esta foi a primeira vez que ele publicamente indicou que poderia adotar um novo congelamento.
"Se a liderança palestina disser inequivocamente para seu povo que reconhece Israel como a pátria do povo judeu, estarei pronto para convocar meu governo e pedir uma nova suspensão (das obras)", disse Netanyahu ao Parlamento israelense.
Netanyahu disse que o reconhecimento de Israel como um Estado judaico é essencial antes que um Estado palestino possa ser criado na Cisjordânia e Faixa de Gaza.
No entanto, Nabil Abu Rdainah, porta-voz do presidente palestino, Mahmoud Abbas, disse que a retomada do processo de paz mediado pelos EUA requer o congelamento de construções nos assentamentos.
"A questão da judaicidade do Estado não tem nada a ver com o assunto", disse ele à Reuters.
Os palestinos consideram os assentamentos, construídos por Israel em terras que o país ocupou na guerra de 1967, como um obstáculo para o estabelecimento de um Estado viável e contínuo.
Netanyahu fez do reconhecimento de Israel como um Estado judaico um ponto-chave da política de seu governo.
Mas os palestinos temem que tal medida possa ser um empecilho aos direitos dos refugiados palestinos -- que fugiram ou foram forçados a deixar suas casas nas guerras árabe-israelenses -- de retornar ao território que hoje é Israel.