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Vista da Cúpula da Rocha, na Esplanada das Mesquitas, em Jerusalém: bloqueio anterior ocorreu em visita de político israelense | Abir Sultan/Efe
Vista da Cúpula da Rocha, na Esplanada das Mesquitas, em Jerusalém: bloqueio anterior ocorreu em visita de político israelense| Foto: Abir Sultan/Efe

Diplomacia

Suécia reconhece Estado palestino e torce pela paz

Reuters

O governo da Suécia reconheceu ontem oficialmente o Estado palestino e disse haver sinais de que países da União Europeia irão seguir o exemplo. O gesto atraiu elogios do presidente palestino, Mahmoud Abbas, e críticas de Israel, além de desagradar aos EUA, principais apoiadores do Estado judeu. Israel convocou seu embaixador em Estocolmo para consultas, dizendo que a decisão é contraproducente e prejudicará as perspectivas de futuras negociações. A ministra sueca das Relações Exteriores, Margot Wallstrom, disse que o governo torce para que a medida traga uma nova dinâmica aos esforços para encerrar as décadas de conflito israelo-palestino. Os palestinos desejam fundar um Estado na Cisjordânia, ocupada por Israel, e na Faixa de Gaza, que sofre bloqueio de Tel Aviv, com Jerusalém Oriental como capital.

  • Judeus de extrema-direita foram detidos pela polícia no local
  • Bloqueio na esplanada causou bastante confusão e revolta

Israel fechou ontem o acesso dos muçulmanos à Esplanada das Mesquitas — também chamada de Monte do Templo pelos judeus e de Santuário Nobre pelos islamitas — pela primeira vez em 14 anos, no meio de uma crescente tensão nos bairros árabes e no centro histórico de Jerusalém.

À medida que as tensões aumentaram ao longo do dia, de acordo com o jornal The New York Times, o governo israelense voltou atrás e afirmou que reabriria o local hoje.

A decisão foi adotada depois que, na última quarta-feira, um suposto atirador palestino tentou matar o rabino Yehuda Glick, líder de uma organização ultranacionalista e messiânica que promove a colonização de Jerusalém e a mudança do status quo na citada esplanada, o terceiro local mais sagrado do Islã.

Segundo a versão oficial, Mutanaz Hijazi, um ex-detento de 32 anos e membro do grupo radical palestino Jihad Islâmica, se aproximou do religioso na saída de uma conferência no centro Menachen Begin, em Jerusalém Oriental, e, após perguntar o nome dele, disparou três vezes.

Hijazi, que trabalhava no restaurante do centro Begin, foi morto ontem de manhã pela polícia israelense no bairro árabe de Abu Tor, onde aparentemente resistiu à detenção. As autoridades israelenses alegaram "razões de segurança" para fechar totalmente a esplanada tanto aos muçulmanos como aos turistas.

Em setembro de 2000, o acesso foi fechado devido a uma visita do então líder da direita israelense, Ariel Sharon, que depois se tornou primeiro-ministro. O evento deflagrou protestos violentos de palestinos que culminaram na Segunda Intifada, insurgência contra o Estado de Israel. A primeira havia acontecido em 1987.

A medida foi condenada tanto pelo xeque a cargo da gestão do recinto, Azam Tamimi, como pelo governo da Jordânia, que exerce a autoridade ali desde os acordos de paz assinados em 1994 entre Israel e Jordânia.

"É a primeira vez que o santuário está fechado para os que rezam. Não podemos entender essa escalada das autoridades israelenses contra nossos locais sagrados. É um passo muito perigoso que só acrescenta gasolina à pira que começou a arder na Cidade Antiga", afirmou Tamimi.

O ministro de Assuntos Islâmicos jordaniano, Hayel Dawoud, assegurou que a medida representa uma "escalada perigosa e um inaceitável estado de terrorismo porque implica que os fiéis muçulmanos estão proibidos de entrar no santuário".

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