Às vésperas da retomada das negociações de paz no Oriente Médio, forças de Israel fecharam nesta quarta partes da Cisjordânia, e agentes de segurança palestinos prenderam mais de 150 supostos membros do Hamas. As medidas são uma resposta ao atentado de ontem, quando quatro israelenses foram mortos a tiros, perto do assentamento de Kiryat Arba. As vítimas eram dois casais, incluindo uma mulher grávida. O Hamas, que controla a Faixa de Gaza, assumiu a responsabilidade pelo ataque.
Soldados de Israel fizeram buscas nas casas de vilas em Hebron, na Cisjordânia. O chefe militar, general Gabi Ashkenazi, e outros generais estavam na área, conduzindo as operações e o trabalho de inteligência, de acordo com informações de militares. "Nós estamos trabalhando em vários níveis diferentes desde que o fato ocorreu e continuaremos a agir até que peguemos os terroristas", afirmou Ashkenazi. As forças de segurança fizeram barreiras na área.
As forças palestinas prenderam mais de 150 pessoas durante a noite. Com isso, o governo do presidente da Autoridade Palestina Mahmoud Abbas, parecia enviar uma mensagem tanto a Israel quando aos grupos internos palestinos de que está comprometido com o diálogo pela paz. O ataque foi reivindicado pelas Brigadas Ezzedine al-Qassam, um braço armado do Hamas que se opõe à retomada do diálogo, que deve ocorrer amanhã em Washington, nos Estados Unidos, com o encontro de Abbas e o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu.
O líder israelense condenou o ataque. "Nós testemunhamos hoje o homicídio selvagem de quatro inocentes israelenses", afirmou Netanyahu ontem. "Há sete novos órfãos que se somam ao círculo do luto em Israel." Abbas também condenou o ataque, notando que ele pretendia "atrapalhar o processo político". O governo dos EUA condenou a violência "nos termos mais fortes possíveis". Em Jerusalém, o enviado para a paz das Nações Unidas, Robert Serry, disse estar chocado com o incidente.
Assentamentos
Após o ataque, a principal associação de assentados israelenses afirmou que retomará imediatamente as construções na Cisjordânia. Essas obras foram parcialmente paralisadas nos últimos dez meses, em uma medida imposta pelo governo de Israel, pressionado pelos EUA para promover o diálogo pela paz. O Conselho Yesha afirmou que encerrará esse "insensato congelamento" das construções em assentamentos. Os palestinos querem a Cisjordânia e Jerusalém Oriental como territórios de seu futuro Estado independente e criticam os assentamentos.
Os israelenses estão sob pressão para permitir novas construções quando a moratória acabar no próximo dia 26. Já os palestinos insistem que isso atrapalharia o diálogo pela paz. O ataque da terça-feira foi o primeiro fatal contra israelenses na Cisjordânia desde 14 de junho, quando um policial foi morto e outros dois ficaram feridos, também na área de Hebron.
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