O ministro das Relações Exteriores de Israel, Israel Katz, anunciou nesta quarta-feira (2), que decidiu declarar o secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres, “persona non grata” e proibir sua entrada no país, uma vez que considera que Guterres não condenou “de forma inequívoca” o ataque iraniano ocorrido contra Israel nesta terça-feira (1º).
“Qualquer pessoa que não possa condenar de forma inequívoca o ataque atroz do Irã contra Israel não merece pôr os pés em solo israelense. Este é um secretário-geral anti-Israel que presta apoio a terroristas, estupradores e assassinos”, advertiu Katz no comunicado no qual fez o anúncio.
Nesta terça-feira, Guterres chegou a comentar o ataque do Irã contra Israel, dizendo apenas que o ato gera uma “escalada após escalada” no Oriente Médio e afirmando que “isto tem de acabar. Precisamos absolutamente de um cessar-fogo”.
Israel vem criticando as posições de Guterres desde os ataques terroristas perpetrados pelo Hamas contra o país. O governo do premiê Benjamin Netanyahu não tem mantido contato com o chefe da ONU, por entender que o mesmo não se posiciona abertamente contra as ações terroristas de grupos apoiados pelo Irã.
Guterres também disse nesta terça que estava "extremamente preocupado” pela incursão israelense no Líbano, onde o país está combatendo o grupo terrorista Hezbollah, que ataca comunidades do norte de Israel. Guterres teria conversado com o primeiro-ministro libanês, Najib Mikati, e garantiu-lhe que “o sistema das Nações Unidas no Líbano está totalmente mobilizado para ajudar qualquer pessoa necessitada no país”, segundo o comunicado emitido por seu porta-voz, Stéphane Dujarric.
Dujarric disse ainda que, para Guterres, a incursão de Israel no sul do Líbano era "uma violação da soberania libanesa e de sua integridade territorial”.
Além de Guterres, em fevereiro deste ano, o presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, também foi declarado “persona non grata” por Israel. A medida foi tomada contra o presidente brasileiro após suas críticas aos países que haviam suspendido o financiamento à Agência das Nações Unidas para Refugiados Palestinos (UNRWA, na sigla em inglês), acusada por Israel de abrigar terroristas do Hamas. Lula também comparou a operação israelense em Gaza contra os terroristas palestinos aos nazistas da Alemanha, que exterminaram, durante a Segunda Guerra Mundial, 6 milhões de judeus.
“A comparação do presidente brasileiro, Lula, entre a guerra justa de Israel contra o Hamas e as ações de Hitler e dos nazistas, que exterminaram 6 milhões de judeus, é um grave ataque antissemita que profana a memória daqueles que morreram no Holocausto. Não perdoaremos e não esqueceremos. Em meu nome e em nome dos cidadãos de Israel, informei ao Presidente Lula que ele é uma personalidade indesejável em Israel até que ele peça desculpas e se retrate de suas palavras”, informou à época o chanceler Katz.
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