Depois de 11 dias, o conflito entre Israel e o Hamas na Faixa de Gaza chegou ao fim com acordo de cessar-fogo mediado pelo Egito, o qual entrou em vigor às 2h desta sexta-feira (20h de quinta-feira no horário de Brasília). Enquanto os palestinos começam a voltar para suas casas e as autoridades israelenses removem as restrições de emergência, os dois lados do conflito estão declarando vitória.
Na Faixa de Gaza e em Jerusalém Oriental, centenas de palestinos saíram às ruas para celebrar o cessar-fogo, muitos gritando "vitória" e portando bandeiras do Hamas. Alto-falantes de mesquitas saudaram "a vitória que a resistência conquistou sobre a ocupação durante a batalha da Espada de Jerusalém".
"Hoje a resistência declara vitória sobre nossos inimigos. Louvado seja Deus que adiou nossa refeição para que possamos nos regozijar em duas alegrias, a alegria de Eid [al-Fitr, celebração que marca o fim do Ramadã] e a alegria da vitória", Khalil al-Hayya, vice-líder do Hamas em Gaza, que teve sua casa destruída pelas Forças de Defesa de Israel.
"É verdade que a batalha termina hoje, mas [o primeiro-ministro de Israel, Benjamin] Netanyahu e todo o mundo devem saber que nossas mãos estão no gatilho e continuaremos a aumentar as capacidades dessa resistência", disse à Reuters Ezzat El-Reshiq, membro sênior do gabinete político do Hamas.
O conflito matou 243 palestinos em Gaza, incluindo 66 crianças, além de ter causado enorme destruição material para a já empobrecida população do enclave. Dezenas de milhares de dólares serão necessários para reconstruir a Faixa de Gaza.
As autoridades de Israel, por sua vez, afirmaram que seus ataques aéreos mataram 200 combatentes do Hamas, incluindo 25 oficiais de alto comando, e destruíram túneis usados pelo grupo, casas de comandantes, locais de lançamento de foguetes e instalações de produção e armazenamento de armas.
Em coletiva de imprensa nesta sexta-feira, Netanyahu disse que Israel atingiu todos os seus objetivos em Gaza. Israel deu um "golpe que [o Hamas] não pode imaginar" ao destruir a rede de túneis que o grupo construiu em Gaza, afirmou, declarando ainda que a operação Guardião das Muralhas “mudou a equação” e fará com que o Hamas seja mais cuidadoso no futuro ao considerar um ataque a Israel.
Já o ministro da Defesa de Israel, Benny Gantz, pediu que Natanyahu não desperdiçasse a chance de transformar uma "vitória militar" em uma oportunidade diplomática para lidar com a questão da Faixa de Gaza pensando no longo prazo.
Tumulto em Jerusalém
Confrontos entre a polícia e palestinos em Jerusalém Oriental estão sendo registrados nesta sexta-feira, nos arredores da Esplanada das Mesquitas (Monte do Templo), segundo a imprensa israelense. A polícia antimotim lançou gás lacrimogêneo e balas de borracha para dispersar manifestantes, depois que o Hamas convocou protestos na cidade.
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