O ministro de Relações Exteriores de Israel, Avigdor Lieberman, chegou a um acordo para evitar que o barco que partiria neste sábado (10) da Grécia para a Faixa de Gaza tente furar o bloqueio israelense ao território palestino, informa neste sábado (10) o jornal "Haaretz". De acordo com o site do diário, as negociações de Lieberman foram feitas com seus equivalentes da Grécia e da Moldávia, de onde é a bandeira do barco que seria usado na missão para levar ajudar ajuda a Gaza. A viagem havia sido organizada pela ONG dirigida por Saif Islam Kadafi, filho do ditador da Líbia, Muamar Kadafi.
De acordo com o "Haaretz", a mudança de destino foi aceita pelo capitão da embarcação. O Amalthea tinha partida prevista para este sábado, numa viagem que demoraria quase quatro dias até Gaza, levando 2 toneladas de ajuda e 27 pessoas a bordo - entre elas, 13 ativistas líbios, um marroquino, um nigeriano e 12 tripulantes de Cuba, Haiti, Índia, e Síria.
Ainda segundo o jornal israelense, na sexta-feira Israel lançou uma ofensiva diplomática na Organização das Nações Unidas (ONU) pedindo que outros países ajudassem a evitar que a viagem organizada pela ONG da Líbia fosse realizada. Em uma carta oficial ao secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, a embaixadora do país nas Nações Unidas, Gabriela Shalev, afirmou que "Israel convoca a comunidade internacional a exercer sua influência no governo da Líbia para demonstrar responsabilidade e prevenir que o navio parta para a Faixa de Gaza".
Uma cópia da carta foi enviada ao presidente da Assembleia Geral da ONU, Ali Abdussalam Treki, que é da Líbia e já foi ministro das Relações Exteriores do país. O documento reafirma que "Israel reserva o direito de, sob a lei internacionail, evitar que este país viole o bloqueio naval à Faixa de Gaza". O governo israelense reduziu as restrições à entrada de produtos em Gaza, por terra, mas manteve o cerco marítimo. O bloqueio foi importo em 2007, após o grupo islâmico Hamas assumir o governo do território palestino.