Israel proibiu ontem a entrada de centenas de militantes da operação "Bem-vindos à Palestina" que tentavam embarcar para Tel-Aviv em aeroportos europeus. Dos cerca de 1,5 mil participantes que eram esperados para manifestações pela paz, apenas algumas dezenas conseguiram chegar ao aeroporto Ben Gurión.
Com cartazes, eles protestaram contra o controle por parte do Estado hebraico do acesso aos territórios palestinos ocupados.
De quebra, os ativistas denunciam as companhias aéreas Air France e a britânica Jet2.com, além da alemã Lufthansa, por cancelar passagens a Tel-Aviv sob pressão de Israel.
No total, 40 passageiros retidos para interrogatório em Tel-Aviv estavam em processo de expulsão de Israel, anunciou uma porta-voz da polícia israelense, Luba Samri, informando que 33 eram de origem francesa e 7 de origem espanhola, italiana, suíça, canadense e portuguesa.
O embarque foi impedido para 90 passageiros em Paris, 120 em Bruxelas, 50 em Istambul, 7 em Roma, 5 em Viena e 40 em Genebra (de lá, outras 20 pessoas conseguiram embarcar).
Campanha
Esse é o terceiro ano consecutivo em que a operação é organizada. Marcada para entre 15 e 22 de abril, essa edição da operação "Bem-vindos à Palestina" tem como objetivo a reivindicação da inauguração de uma escala internacional em Belém, no sul da Cisjordânia. Isso porque os visitantes que desejam viajar para a Cisjordânia se veem obrigados a passar pelo Estado hebreu o que se mostra cada vez mais difícil.
Os organizadores palestinos denunciaram um novo procedimento ilegal por parte das autoridades israelenses: pedir aos passageiros que assinem uma declaração por meio da qual se comprometem a não entrar em contato nem cooperar com membros de organizações pró-palestinas. O ministério israelense do Interior indicou estar averiguando as informações.
As forças de segurança israelenses começaram a se preparar já na semana passada para a chegada de centenas de militantes pró-palestinos, e a polícia suíça informou ter impedido que cem deles tomassem um voo no aeroporto de Genebra com destino a Tel-Aviv.
Em julho de 2011, Israel conseguiu que fosse impedido o embarque de centenas de militantes e bloqueou e expulsou outros 70 em sua chegada. O ministro dos Transportes, Israel Katz, afirmou que Israel "não pode permitir que entrem provocadores em seu território".