Tzipi Livni não esconde suas pretensões de tornar-se primeira-ministra de Israel - ela seria a segunda mulher no cargo após Golda Meir.

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Pesquisas de opinião indicam que a chanceler deve vencer as eleições primárias do governante Partido Kadima, em 17 de setembro, para escolher um novo líder, no lugar do primeiro-ministro Ehud Olmert, que esta semana prometeu deixar o cargo após a votação.

A disputa entre Tzipi e Olmert veio à tona em 2007, após a divulgação do relatório da Comissão Winograd - que investigou a guerra de 2006 entre Israel e o grupo xiita libanês Hezbollah -, criticando o premiê. Na ocasião, Tzipi disse pela primeira vez a Olmert que ele deveria renunciar.

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"Tzipi Livni é a ministra mais popular de Israel. Os israelenses simplesmente a adoram por causa de sua integridade, seriedade, e pelo fato de que, ao contrário de muitos na arena política israelense, não é corrupta", disse ao Estado o especialista em Oriente Médio Ahron Bregman, do Departamento de Estudos de Guerra do Kings College, de Londres.

Contudo, os críticos argumentam que a chanceler de 49 anos não tem experiência política e militar para governar o país. Formada em direito, Tzipi foi agente do Mossad por quatro anos e iniciou sua carreira política em 1999, quando foi eleita no Parlamento. Pesquisas indicam que, se as eleições parlamentares ocorressem hoje, Tzipi seria derrotada por Binyamin Netanyahu, do direitista Partido Likud.

"Embora Tzipi Livni seja originalmente do Likud, que tem sido cético com relação aos acordos de paz e apoiou as políticas de ocupação, como chanceler ela demonstrou pragmatismo e moderação, provocando uma impressão positiva em Israel e na opinião internacional", disse o ex-embaixador americano Philip C. Wilcox, presidente da Foundation for Middle East Peace, em Washington.

"Contudo, apesar de a política de Israel ser volátil e difícil de prever, não parece que Tzipi teria o apoio suficiente para tornar-se primeira-ministra em uma era pós-Olmert. Ela não desenvolveu a diplomacia e principalmente as credenciais de segurança que os israelenses gostariam de ver no próximo governo ou as decisivas qualidades de liderança que os eleitores israelenses buscam", acrescentou Wilcox.

A popularidade de Tzipi cresceu vertiginosamente ao apoiar a retirada unilateral de Israel da Faixa de Gaza, promovida pelo ex-primeiro-ministro Ariel Sharon em 2005. Questionado sobre se, como premiê, Tzipi teria condições de obter a paz com os palestinos, Bregman mostrou-se cético.

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"Seria extremamente difícil para Tzipi obter um acordo de paz. Qualquer pacto exigiria uma concessão israelense com relação a Jerusalém, o retorno de alguns refugiados a Israel propriamente dito, e a retirada da maioria da Cisjordânia. Para chegar a isso, Israel necessitaria de um líder forte e experiente como Ariel Sharon. E Tzipi não é Sharon".