Israel intensificou seus voos sobre o espaço aéreo do Líbano nos últimos dias, o que provocou uma forte rejeição das autoridades libanesas, já que a prática viola a resolução 1701 do Conselho de Segurança da ONU.

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Aviões israelenses sobrevoaram as regiões libanesas de Tiro e Bint Jbeil, no sul do país, e o vale oriental do Bekaa, contíguo com a fronteira com a Síria, informou neste sábado a agência estatal de notícias "ANN".

Israel simulou ataques a estas regiões em um momento de tensão após as informações de que o país realizou um ataque na Síria na madrugada de quinta para sexta-feira, supostamente sem entrar em seu espaço aéreo, contra um comboio de mísseis destinados ao grupo xiita libanês Hezbollah, aliado de Damasco.

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Ao mesmo tempo, patrulhas de infantaria israelense se posicionaram em frente à chamada Linha Azul, delimitada pela ONU para confirmar a retirada de Israel do sul do Líbano em 2000, após 22 anos de ocupação.

Em entrevista à "ANN", o porta-voz das forças da ONU no Líbano (Finul), Andrea Tenenti, disse que os voos israelenses representam uma violação da soberania libanesa e também desrespeitam a citada resolução 1701, que pôs fim à guerra entre Israel e o Hezbollah em 2006.

Tenenti declarou que desaprova essa atuação israelense e que notificará as violações em um relatório ao Conselho de Segurança.

O ministro de Relações Exteriores libanês, Adnan Mansur, também criticou hoje estes voos, que segundo ele "se inscrevem no marco das agressões permanentes da soberania do Líbano" por parte de Israel.

"Essas agressões aumentam a tensão e podem fazer explodir a situação", acrescentou Mansur em comunicado no qual ressaltou que estas ações "não garantirão a paz e a segurança a Israel, já que toda a região pode se ver levada ao caos"

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Sobre este assunto, o presidente do Líbano, Michel Suleiman, que visitou ontem o papa Francisco no Vaticano, pediu à comunidade internacional a pressionar a Israel para que cesse suas violações da soberania libanesa e aplique a resolução 1701.

Segundo o líder, "essas infrações atentam contra a estabilidade do Líbano", que já se encontra em situação crítica devido à influência que o conflito na vizinha Síria tem neste pequeno país.