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Sob forte esquema de segurança, Israel levou cerca de 430 prisioneiros palestinos até um presídio no deserto de Negev neste domingo (16), em uma preparação para que sejam trocados na terça-feira pelo soldado israelense preso Gilad Shalit, disseram autoridades. A troca de prisioneiros, que acontecerá perto da região do deserto egípcio do Sinai, deve pôr fim a uma saga que se tornou uma obsessão para os israelenses durante os cinco anos de cativeiro de Shalit. Israel publicou uma lista de todos os 477 prisioneiros que deverão ser libertados junto com Shalit, na primeira fase de um acordo mediado por Egito e Alemanha, abrindo caminho para que aqueles que se opõem à sua libertação apresentem uma apelação legal em 48 horas. "A menos que a Suprema Corte intervenha, ou que alguém em Gaza enlouqueça, parece que o acordo será cumprido daqui a dois dias", disse à rádio do Exército, Yaakov Amidror, conselheiro de segurança nacional do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu. Entre os que figuram na lista de soltura estão palestinos presos por ataques nos quais morreram dezenas de israelenses. Pelo menos cinco prisioneiros estão presos desde a adolescência. Outros quarenta e sete palestinos previstos para serem libertados na terça-feira foram transferidos para uma prisão no centro de Israel. Alguns dos 477 irão para casa, na Cisjordânia e na Faixa de Gaza, enquanto outros serão exilados em outros países, que ainda não foram divulgados, sem parar em solo palestino. Os líderes islâmicos do Hamas, que governam a Faixa de Gaza, prepararam uma recepção de heróis para 295 dos prisioneiros que deverão ser enviados para o território. Trabalhadores montaram um palco aberto e as ruas foram decoradas com bandeiras palestinas e do Hamas.

"Estou tão feliz que não sei o que farei, como vou segurá-lo? Já se passaram 20 anos", disse a mãe de Baseem al-Kurd, um membro do Hamas, que foi condenado em 1992 a oito penas de prisão perpétua por ataques que mataram israelenses. Trabalhadores prepararam um apartamento para Kurd em Gaza, pintando as paredes e consertando as portas. O soldado israelense Shalit, tripulante de um tanque, capturado em 2006 por militantes que cavaram um túnel até Israel a partir de Gaza e o renderam, levando-o para o enclave, deve ser entregue no deserto do Sinai, no Egito, e levado para Israel. Israel disse que cerca de 300 dos 1.027 que serão libertados nas duas fases do acordo estiveram envolvidos em crimes violentos. A segunda fase prevê a libertação de 550 prisioneiros. Ao todo, existem cerca de 6.000 palestinos em prisões israelenses.

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