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Oriente Médio

Israel liberta quase 200 prisioneiros palestinos

Milhares de pessoas celebraram na Cisjordânia à libertação dos reféns palestinos por Israel | Ammar Awad / Reuters
Milhares de pessoas celebraram na Cisjordânia à libertação dos reféns palestinos por Israel (Foto: Ammar Awad / Reuters)

O governo israelense libertou nesta segunda-feira (25) quase 200 prisioneiros palestinos em medida destinada a melhorar as relações com o presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas. A libertação acontece horas antes da chegada da secretária de Estado norte-americano, Condoleezza Rice, que vai à região para sua mais recente missão de paz no Oriente Médio. "Isso é algo que importa muito para os palestinos, importa muito para o povo palestino e é obviamente um sinal de boa-vontade", afirmou Condoleezza.

Os ex-prisioneiros tiveram uma recepção de heróis ao chegarem à Cisjordânia. Milhares de pessoas celebravam nas proximidades do escritório de presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, em Ramallah, e em outras cidades da região. "Nós não descansaremos até os prisioneiros estarem livres e as cadeias, vazias", garantiu Abbas à multidão.

Os prisioneiros chegaram à Ramallah após serem libertados em um posto de controle militar israelense perto de Jerusalém. Alguns deles beijaram o solo ao deixar os ônibus israelenses, antes de entrar em veículos palestinos.

Entre os 198 libertados estava Said al-Atba, condenado à prisão perpétua e detido havia mais de 30 anos por planejar um ataque à bomba em um mercado, em 1977. No atentado, no centro de Israel, morreu uma mulher e dezenas de outras pessoas ficaram feridas. Al-Atba, de 57 anos, era o palestino que cumpria pena havia mais tempo em Israel. Ele é visto pelos palestinos como um símbolo de todos os prisioneiros.

O irmão dele, Hisham, saiu da Arábia Saudita, onde trabalha, para reencontrá-lo. "Eu sinto muita, muita alegria", disse Hisham. "Nós havíamos perdido a esperança que meu irmão seria liberado, porque ele estava preso havia 32 anos.

Detentos

O destino dos quase 9 mil prisioneiros palestinos mantidos em Israel é um tema que mobiliza os palestinos, muitos dos quais conhecem alguém detido ou mesmo já passaram por essas prisões. Abbas, que trabalha para mostrar ao seu povo os benefícios das conversas de paz, pede há tempos que o governo israelense liberte prisioneiros.

"Não é fácil para Israel liberar prisioneiros. Alguns dos indivíduos liberados hoje são culpados de envolvimento direto no assassinato de civis inocentes", disse o porta-voz do governo israelense, Mark Regev. "Nós acreditamos que essa ação pode apoiar o processo de negociação e criar uma boa-vontade.

Israel havia libertado prisioneiros a pedido de Abbas no passado a última vez em dezembro. Mas sempre resistiu a libertar aqueles envolvidos em ataques com mortes. Agora o governo israelense parece ter relativizado esse critério, após a troca de prisioneiros com a guerrilha libanesa do Hezbollah, no mês passado. Sob aquele acordo, Israel trocou um libanês condenado por um triplo homicídio pelos restos de dois soldados israelenses.

A secretária de Estado realiza sua sétima viagem à região desde o relançamento das conversas de paz, no ano passado. Os Estados Unidos trabalham por um acordo entre os dois lados até o fim deste ano, meta que a própria Condoleezza considera improvável de ser alcançada. A secretária de Estado manterá reuniões com funcionários palestinos e israelenses por dois dias. Também haverá encontros trilaterais para tentar avançar no processo de paz.

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