O governo de Israel abriu licitação para a construção de 20 mil habitações para colonos judeus na Cisjordânia ocupada, denunciou nesta terça-feira (12) a organização não-governamental (ONG) Peace Now. Yariv Oppenheimer, diretor da ONG israelense contrária aos assentamentos, fez a afirmação em entrevista à rádio pública do país.
Trata-se da maior licitação de habitações em assentamentos judaicos desde a retomada das negociações de paz entre israelenses e palestinos.
O gabinete do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, alegou se opor à construção de 1.200 casas na região em litígio conhecida como E1, nas proximidades de Jerusalém.
Segundo Oppenheimer, o fato do governo levar adiante o processo de licitação para as 18.800 unidades remanescentes demonstra um compromisso com projetos mais amplos de colonização dos territórios ocupados reivindicados pelos palestinos para o estabelecimento de um futuro Estado. Segundo estimativa do jornal israelense Haaretz, essas unidades custarão US$ 13 milhões.
"A destinação desses recursos públicos sugere que o governo é sério quanto à expansão de assentamentos e apenas finge negociar enquanto prossegue na construção de novas unidades para colonos" acusou o diretor da Peace Now.
Para ele, isso também mostra que Netanyahu não acredita em uma solução pacífica bilateral entre Palestina e Israel.
A denúncia vem à tona depois de negociadores palestinos terem afirmado que o fracasso na busca por um acordo de paz com Israel seria melhor do que um pacto que permita ao país continuar a construção de assentamentos nos territórios ocupados.
"Acreditamos que seja melhor sair sem nenhum acordo do que com um acordo ruim", afirmou o negociador Mohammed Shtayyeh na segunda-feira. Ele acusa Israel de ter entrado nas negociações apenas para aliviar a pressão internacional, enquanto o país continua a construção de assentamentos nos territórios conquistados durante a Guerra dos Seis Dias, em 1967.
Autoridades israelenses alegaram que o anúncio da construção das moradias de colonos estaria de acordo com entendimentos tácitos entre os dois lados, em função da libertação de 52 prisioneiros palestinos.
Os palestinos negam que exista tal acordo, assim como o secretário de Estado dos EUA, John Kerry, em sua última visita à região, na semana passada. Fonte: Associated Press.
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