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O premiê de Israel, Benjamin Netanyahu, e o ministro da Defesa, Yoav Gallant
O premiê de Israel, Benjamin Netanyahu, e o ministro da Defesa, Yoav Gallant| Foto: EFE/EPA/ABIR SULTAN/POOL

O ministro da Defesa de Israel, Yoav Gallant, chamou nesta quarta-feira (16) as ações do presidente da França, Emmanuel Macron, de “vergonha”, após Paris vetar a participação de empresas israelenses numa feira da indústria de defesa naval que será realizada no mês que vem no país europeu.

“As ações do presidente francês Macron são uma vergonha para a nação francesa e os valores do mundo livre, que ele afirma defender. A decisão de discriminar as indústrias de defesa israelenses na França pela segunda vez ajuda os inimigos de Israel durante a guerra. É um acréscimo à decisão de colocar um embargo de armas ao Estado judeu”, escreveu Gallant no X.

O The Wall Street Journal e o site Politico informaram que a restrição será aplicada na feira Euronaval, voltada à indústria de defesa naval e que será realizada de 4 a 7 de novembro na região de Paris.

Segundo o Politico, delegações israelenses poderão comparecer ao evento, mas as empresas não poderão exibir seus produtos militares em estandes.

Em junho, o governo Macron já havia proibido fabricantes de Israel de participar da Eurosatory, feira de armamentos terrestres. Um tribunal chegou a anular a proibição, mas não houve tempo hábil para as empresas israelenses participarem do evento.

“A França adotou e está consistentemente implementando uma política hostil em relação ao povo judeu. Continuaremos defendendo nossa nação contra inimigos em sete frentes diferentes e lutando por nosso futuro - com ou sem a França”, afirmou Gallant.

Nos últimos dias, Macron e o governo do premiê Benjamin Netanyahu vêm protagonizando um bate-boca público sobre as ofensivas de Israel contra o Hamas na Faixa de Gaza e contra o Hezbollah no Líbano.

Na terça-feira (15), Macron disse no Conselho de Ministros da França que “Netanyahu não deve esquecer que seu país foi criado por uma decisão da ONU”, referindo-se à votação da Assembleia Geral das Nações Unidas em novembro de 1947 que criou um Estado judeu e um árabe na Palestina.

“E, portanto, este não é o momento de romper com as decisões da ONU”, disse o presidente da França.

A fala do presidente francês foi uma referência a decisões do Conselho de Segurança das Nações Unidas, que em junho aprovou uma resolução para um plano de trégua em Gaza e em 2006 determinou que apenas as tropas da ONU e libanesas podem atuar no sul do Líbano, onde as forças israelenses iniciaram recentemente uma ofensiva terrestre contra o Hezbollah.

Netanyahu rebateu Macron, afirmando que a independência do país foi conquistada na guerra árabe-israelense de 1948-49, e alfinetou o presidente francês, lembrando da colaboração da França com o Holocausto por meio do regime de Vichy.

Na semana passada, o Ministério das Relações Exteriores da França convocou o embaixador israelense em Paris após ataques sofridos pela Unifil, a missão de paz da ONU no sul do Líbano.

Israel alega que o Hezbollah tem usado as estruturas e as forças da Unifil como escudos e pediu para que as forças da ONU se retirem do sul do Líbano.

Dias antes da convocação do embaixador, o ministro das Relações Exteriores da França, Jean-Noel Barrot, defendeu um embargo de armas a Israel proposto anteriormente por Macron.

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