Pelo menos nove ativistas foram mortos a tiros, e dezenas ficaram feridos em confrontos com soldados israelenses durante a interceptação de uma flotilha de seis navios que tentava furar o bloqueio marítimo de Israel e levar ajuda humanitária à Faixa de Gaza.
Os choques ocorreram a bordo da maior embarcação, onde havia cerca de 700 ativistas, a maioria turcos, quando a flotilha se encontrava em águas internacionais, a pouco mais de 70 km da costa de Israel.
O violento incidente deflagrou uma onda mundial protestos contra Israel. Vários países e organismos internacionais condenaram a ação israelense. Turquia, Europa, árabes e Brasil pediram investigação independente. O Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) se reuniu em caráter de emergência e começou a discutir o ataque .
O governo de Israel, embora tenha manifestado "pesar" pelas mortes, se defendeu afirmando que os soldados foram forçados a responder a tiros aos ataques desferidos pelos ativistas com facas, barras de ferro e, em alguns casos, armas de fogo.
O premier de Israel, Binyamin Netanyahu, que estava no Canadá, cancelou encontro que teria hoje com o presidente Barack Obama na Casa Branca e antecipou a volta. Apesar de ter lamentado as mortes, ele apoiou a ação militar.
Em nota, o Ministério das Relações Exteriores de Israel afirmou que os tripulantes das seis embarcações não eram ativistas e sim terroristas. Para embasar sua defesa, o ministério publicou vídeos que mostrariam como os tripulantes tentaram atacar os soldados.
Imagens
Eram aproximadamente 4 h da manhã (22 h de domingo em Brasília), quando o comando israelense cercou a flotilha, impedindo seu avanço. Nas embarcações menores a interceptação transcorreu sem maiores contratempos. Mas na maior delas, Mari Marmara, violentos confrontos se seguiram ao cerco israelense, resultando em ao menos nove ativistas mortos.
Em imagens divulgadas pelo governo israelense, é possível ver soldados que desceram dos helicópteros por meio de cordas até o Mari Marmara sendo agredidos por dezenas de pessoas.
Um repórter da tevê Al Jazeera que estava a bordo, porém, disse que uma bandeira branca foi erguida pela tripulação, mas não conteve a ação dos israelenses, que, segundo ele, teriam aberto fogo logo de início.
Após a interceptação, os seis navios foram levados pela Marinha israelense até o porto de Ashdod, onde os passageiros seriam interrogados e colocados em voos rumo aos países de origem.
A maioria se recusou a deixar o país, e por isso foi levada a um centro de detenção próximo. Muitos chegaram sem qualquer documento de identidade, que teriam jogado no mar em protesto contra a ação israelense. Outros se negaram a falar com os policiais israelenses.
No Chipre, Greta Berlin, uma das líderes do movimento Gaza Livre, rechaçou as alegações de Israel. "Eles podem distorcer os fatos o quanto quiserem. Nós somos civis, e eles são militares. Isso foi assassinato.