Enviado dos EUA cobra acordo árabe-israelense
Os Estados Unidos não exigem de nenhum país árabe que normalize imediatamente suas relações com Israel, mas asseguram que isso acontecerá no decorrer do processo de paz, afirmou ontem George Mitchell, enviado norte-americano para o Oriente Médio.
Número de colonos israelenses na Cisjordânia ultrapassa 300 mil
O número de moradores nos assentamentos israelenses na Cisjordânia ultrapassou os 300 mil, segundo um relatório da Administração Civil, ligada ao Exército, publicado ontem pelo jornal "Haaretz".
Hezbollah ameaça bombardear Tel-Aviv
O líder do Hezbollah disse, em matérias publicadas ontem em dois jornais libaneses, que o grupo xiita libanês atingirá a maior cidade de Israel, Tel-Aviv, a partir do Líbano, se o Estado de Israel atacar o seu baluarte no sul de Beirute em uma nova guerra.
Cairo e Jerusalém - Israel reforçou ontem que fará tudo o que acredita ser necessário para evitar que o Irã obtenha uma bomba nuclear, exatamente o tipo de declaração que os Estados Unidos não gostariam de escutar, enquanto tentam empurrar novamente o regime de Teerã à mesa de negociações. A declaração foi repetida pelo ministro da Defesa de Israel, Ehud Barak, em coletiva de imprensa ao lado do secretário norte-americano de Defesa, Robert Gates.
Em Jerusalém, Gates garantiu de novo a Israel que a nova administração do presidente Barack Obama não é ingênua a respeito das intenções iranianas e que Washington pressionará por novas e mais duras sanções contra o Irã, se o país não retomar as negociações. Ele não detalhou quais são essas sanções.
Gates também disse que o presidente norte-americano Barack Obama acredita que o Irã voltará às negociações sobre seu programa nuclear e que o prazo dado pela Casa Branca é até o mês de setembro. Segundo Gates, se o governo iraniano não abrir negociações até lá, então os EUA buscarão sanções mais duras contra a república islâmica. O Irã respondeu ontem mesmo e disse que os EUA deveriam pressionar Israel para desmantelar suas instalações nucleares.
Já o ministro Barak usou a curta coletiva de imprensa para insistir três vezes que Israel não descarta nenhuma resposta ao Irã uma advertência implícita de que consideraria uma ataque militar prévio para evitar que o Irã obtenha armas nucleares.
"Nós acreditamos de maneira completa que nenhuma opção deve ser removida da mesa", disse Barak. "Esta é a nossa política. Nós sabemos o que significa. Recomendamos a outros que tomem a mesma posição, mas não podemos ditá-la a ninguém", disse Barak.
A questão sobre como lidar com o rápido avanço nuclear do Irã já demonstrou uma clara e pública diferença entre os novos governos em Jerusalém e Washington.
Fins pacíficos
O Irã afirma que desenvolve seu programa e seus reatores nucleares apenas para obter energia. Os EUA rejeitam o plano nuclear iraniano, mas também argumentam com Israel que qualquer ataque a Teerã arruinará a já frágil situação de segurança no Oriente Médio, talvez alimentando uma corrida armamentista nuclear nos países da região.
A visita de Gates a Israel faz parte de uma ofensiva diplomática de funcionários norte-americanos ao país, que além do problema do Irã aborda outro tema de desacordo entre os dois aliados, a expansão dos assentamentos judaicos nos territórios palestinos. Nos dois casos, a administração de Obama está tomando uma posição bem mais dura com Israel que as adotadas por George W. Bush.