O Representante Permanente de Israel na ONU, Gilad Erdan, discursa ao lado de parentes de pessoas sequestradas pelo Hamas após reunião especial do Conselho de Segurança das Nações Unidas, nesta terça-feira (24)| Foto: EFE/EPA/EDUARDO MUNOZ
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O embaixador de Israel na ONU, Gilad Erdan, afirmou nesta quarta-feira (25) que seu país negará vistos a representantes das Nações Unidas em reação às declarações do seu secretário-geral, António Guterres, que afirmou que o ataque do Hamas de 7 de outubro “não surge do nada, mas de 56 anos de ocupação".

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Erdan destacou que Israel já começou a adotar esta política e que negou um visto ao subsecretário-geral para Assuntos Humanitários da ONU, Martin Griffiths.

“É hora de dar uma lição” aos funcionários da ONU, disse Erdan hoje em entrevista à emissora de rádio do Exército israelense.

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Os comentários de Guterres perante o Conselho de Segurança da ONU também foram criticados por Dani Dayan, presidente do Museu do Holocausto de Jerusalém, Yad Vashem, que argumentou que "o massacre de judeus pelo Hamas em 7 de outubro foi genocida nas suas intenções e imensamente brutal na sua forma."

“Parte da razão pela qual difere do Holocausto é porque os judeus hoje têm um Estado e um Exército. Não estamos indefesos ou à mercê de outros”, disse o presidente do Yad Vashem.

Segundo Dayan, após o ataque a Israel pelo grupo terrorista, que deixou mais de 1.400 pessoas no território israelense, “se colocou à prova a sinceridade dos líderes mundiais, intelectuais e pessoas influentes” em nível internacional, como Guterres.

Nesse contexto, o secretário-geral da ONU “não passou na prova”, segundo Dayan.

Depois dos massacres perpetrados pelos milicianos do Hamas em Israel há mais de duas semanas - o ataque com maior número de mortes na história do Estado judeu -, o governo israelense comparou suas ações às do Estado Islâmico ou ao genocídio nazista de milhões de judeus.

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Israel também declarou que as atrocidades cometidas pelo grupo islâmico foram o pior massacre contra judeus desde o Holocausto.

No entanto, a polêmica eclodiu nesta terça-feira (24) na sessão especial do Conselho Geral da ONU, quando Guterres “condenou inequivocamente os horríveis e sem precedentes atos terroristas” do Hamas, embora tenha ressaltado que o episódio tem suas raízes em longas décadas de conflito com os palestinos.

“Os ataques do Hamas não ocorrem no vácuo. O povo palestino foi sujeito a 56 anos de ocupação sufocante”, disse Guterres.

Essa declaração provocou a reação das autoridades israelenses, que condenaram as palavras de Guterres e pediram a sua renúncia.

“Você não tem vergonha?”, questionou o ministro das Relações Exteriores de Israel, Eli Cohen, que estava presente na sessão da ONU e suspendeu uma reunião planejada com o secretário-geral. (Com agência EFE)

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