Jericó (Folhapress) Forças militares de Israel irromperam ontem na prisão palestina da cidade de Jericó e, auxiliadas por tanques, helicópteros e tratores, obtiveram a rendição de seis prisioneiros envolvidos no assassinato de um ministro israelense há cinco anos.
O principal dirigente que se entregou a Israel foi Ahmed Saadat, 52 anos, líder desde 2001 da Frente Popular pela Libertação da Palestina, grupo terrorista laico que juntamente com o Fatah, partido do presidente Mahmoud Abbas, integrava a hoje extinta Organização para a Libertação da Palestina.
O episódio, que terminou com a morte de três palestinos, gerou imediata convulsão em Gaza e na Cisjordânia, com manifestações e o seqüestro de pelo menos nove cidadãos estrangeiros, entre eles um professor universitário norte-americano e um funcionário da Cruz Vermelha. Três deles já haviam sido libertados ontem à noite.
A Autoridade Nacional Palestina responsabilizou os Estados Unidos e o Reino Unido pelo episódio. Os dois países retiraram seus observadores da prisão pouco antes do início da operação israelense. Londres e Washington fiscalizavam há quatro anos o compromisso palestino de não libertar os terroristas detidos.
Foi a mais violenta intervenção de Israel em território palestino desde o fim de 2004. Analistas acreditam que o primeiro-ministro interino, Ehud Olmert, tenha procurado dar uma demonstração de força em plena campanha para as eleições legislativas do próximo dia 28, em que a direita acusa seu partido, o centrista Kadima, de frouxidão com os palestinos.