As autoridades israelenses pagarão uma indenização de US$ 1 milhão para a família do "Prisioneiro X", o australiano-israelense Ben Zygier, suposto membro do Mossad que se suicidou em sua cela em 2010, informou nesta quarta-feira (11) a imprensa local.
Segundo o acordo alcançado com a Procuradoria Geral, a família do ex-prisioneiro receberá a quantia em parcelas, a primeira metade agora e o restante nos próximos quatro anos, mas o Estado não reconhecerá responsabilidade sobre sua morte, disse o jornal "Haaretz".
O acordo inclui uma cláusula de confidencialidade, por isso não foram divulgados detalhes. A investigação sobre a morte de Zygier concluiu que o prisioneiro se suicidou e a juíza Dafna Blatman Kedrai, do Tribunal da Magistratura de Rishon Lezion, afirmou que "as falhas de vários elementos do Serviço de Prisões de Israel causaram sua morte".
O detido tinha sido posto sob medidas excepcionais em uma cela vigiada na prisão de Ayalon, ao sul de Tel Aviv, sem ser identificado.
O caso ficou conhecido em fevereiro após uma reportagem da rede de televisão australiana "ABC", que informou que Zygier, judeu oriundo de Melbourne, morreu aos 34 anos de idade, no final de 2010, enforcado dentro de uma cela sem comunicação.
De acordo com a emissora, Zygier, que estava há dez anos vivendo em Israel, colaborou durante anos com o serviço de inteligência israelense no exterior, o Mossad, e foi detido em 2010 acusado de um delito de "alta traição".
Supostamente, o agente secreto revelou informação a funcionários da inteligência australiana ASIO, incluídos dados sobre uma operação iminente na Itália.
Zygier era casado com uma israelense e o casal tinha dois filhos, um deles nascido dias antes de seu suicídio.
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