O Ministério de Comunicações de Israel anunciou a intenção de fechar o escritório da emissora árabe Al Jazeera, acusada pelas autoridades de "incitar" a violência. Há anos Tel Aviv acusa a Al Jazeera de parcialidade na cobertura do conflito com os palestinos.
O ministério vai pedir a anulação das credenciais dos jornalistas, assim como o fim das ligações a cabo e por satélite da emissora, informou um comunicado. Além disso, o ministro de Segurança Interior também vai começar um procedimento para fechar os escritórios do canal.
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A emissora se manifestou contra a decisão e afirmou que vai levar o caso à Justiça. "A Al Jazeera denuncia a medida por parte de um Estado que finge ser a única democracia do Oriente Médio", disse um diretor da emissora, que contou ainda que ela "vai dar sequência ao assunto por meio dos procedimentos legais e judiciários apropriados".
Discriminação
Os árabes israelenses, descendentes de palestinos que ficaram em suas terras quando o Estado de Israel foi criado, em 1948, representam 17,5% da população local, em sua maioria judia. Eles têm nacionalidade israelense e se queixam de sofrer discriminação.
O primeiro-ministro do país, Binyamin Netanyahu, tinha anunciado no fim de julho que queria expulsar o canal, acusado de atiçar a tensão nas redondezas dos lugares santos de Jerusalém.
O ministério anunciou o fechamento da Al Jazeera após quase duas semanas de tensão na Explanada das Mesquitas, em Jerusalém, onde o Estado hebreu instalou e pouco depois retirou um novo dispositivo de segurança, duramente criticado pelos palestinos e pela comunidade internacional.
Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos, Bahrein e Egito romperam com o Catar em 5 junho. O país é acusado de "sustentar o terrorismo", mas sobretudo de se aproximar de seu grande rival na região, o Irã.
Orientação Islâmica
O acesso à emissora, fundada há mais de 20 anos pelo governo do Catar, foi bloqueado nos países, que acusam o canal de ter uma orientação "islâmica".
Eles também solicitaram que o Catar fechasse a Al Jazeera, uma demanda considerada "inaceitável" pelo Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos, pois "compromete a liberdade de informação".
A Al Jazeera tem mais de 80 escritórios no mundo todo e é transmitida em várias línguas.
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