Ouça este conteúdo
Um relatório entregue ao Congresso dos Estados Unidos pelo secretário de Estado do governo de Joe Biden, Antony Blinken, nesta sexta-feira (10) citou preocupações sobre o uso potencialmente “inadequado” de armamentos americanos pelas forças israelenses em Gaza
O documento entregue pelo membro do governo democrata sugere que, embora não haja conclusões definitivas, há "indícios" de que Israel possa ter violado a lei humanitária internacional ao utilizar armas disponibilizadas pelos EUA em sua ofensiva no território palestino.
O relatório apresentando pelo governo americano cobre o período desde o início da guerra no Oriente Médio, desencadeada pelos ataques terroristas do Hamas contra Israel, até o final do mês de abril. Ele destaca a falta de “informações completas” sobre o uso específico de armas dos EUA nas ações israelenses no enclave palestino.
No entanto, considerando a “significativa dependência” de Israel por itens de defesa fabricados nos EUA, o documento avalia como “razoável” a possibilidade de que tais armas tenham sido utilizadas de maneira “inconsistente” com as obrigações de Israel sob a lei humanitária internacional ou com as “melhores práticas estabelecidas para minimizar danos a civis”.
O documento reconhece, no entanto, a cooperação israelense para maximizar o fluxo de ajuda humanitária destinada aos civis palestinos desde o início do conflito. Contudo, afirma que o nível de ajuda enviado para o enclave ainda é considerado “insuficiente”, mas o governo israelense “não proíbe ou restringe o transporte ou entrega de assistência humanitária americana”.
O documento possui 50 páginas e contou com contribuições do Pentágono e da Casa Branca. Ele foi exigido pelo presidente Biden em fevereiro deste ano e faz parte de um memorando, conhecido como NSM-20, que requer relatórios de mais de 100 países que recebem ajuda militar dos EUA.
O relatório surge em um momento de “distanciamento” entre o governo Biden e o governo israelense, liderado pelo premiê Benjamin Netanyahu. Biden disse que deverá reter o envio de novas armas para Israel caso o país avance com sua ofensiva em Rafah.
VEJA TAMBÉM: