Embora se preocupe muito com o risco de o Irã adquirir armas nucleares, Israel jamais sugeriu que poderia usar o seu próprio arsenal atômico para conter essa suposta ameaça.

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Mas agora uma respeitada instituição de Washington disse que ogivas "táticas" de baixa radiatividade seriam uma forma de os israelenses destruírem as usinas iranianas de enriquecimento de urânio, em fortificações remotas e subterrâneas.

Apesar do tabu existente há 65 anos contra o uso - ou mesmo a ameaça - de armas nucleares, o Centro de Estudos Estratégicos e Internacionais (CSIS, na sigla em inglês) diz em um novo relatório que "alguns acreditam que as armas nucleares sejam as únicas armas que podem destruir alvos subterrâneos profundos ou em túneis."

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Mas outros especialistas independentes são citados alertando que tal cenário se baseia no "mito" de um ataque nuclear limpo, e que seria politicamente difícil de justificar.

No estudo intitulado "Opções para Lidar com o Programa Nuclear do Irã", os analistas Abdullah Toukan e Anthony Cordesman anteveem a possibilidade de Israel "usar essas ogivas como substitutas de armas convencionais", devido à dificuldade de fazer com que caças façam incursões consistentes no Irã.

Mísseis balísticos ou mísseis de cruzeiro lançados por submarinos poderiam servir para os ataques nucleares táticos de Israel, sem interferências das defesas antiaéreas do Irã, diz o relatório de 208 páginas. Ogivas capazes de penetrar na terra causariam ainda mais danos.

Presume-se que Israel tenha o único arsenal nuclear do Oriente Médio. Líderes do país não comentam o assunto senão para salientar o papel dissuasório dessas armas. O presidente Shimon Peres tem dito repetidamente que "Israel não será o primeiro a introduzir armas nucleares na região".

Uma veterana fonte oficial de defesa de Israel afirmou, sob anonimato, que ataques nucleares preventivos são alheios à doutrina nacional. "Tais armas existem para não serem usadas", afirmou.

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Mistura de arsenais da Otan e soviéticos, as armas nucleares táticas são feitas para promover uma devastação mais concentrada, com menos contaminação do que em bombas preparadas para destruir cidades inteiras, como foi o caso de Hiroshima e Nagasaki depois do ataque norte-americano de 1945.

O fato de os danos com as armas táticas serem restritos em tese atenuaria o impacto negativo, do ponto de vista diplomático, para o país que as usar.