O Exército de Israel informou nesta madrugada que a população do norte de Gaza tem até as 16 horas deste sábado, no horário local (10 horas de Brasília), para se deslocar para o sul do enclave ao longo de uma série de estradas específicas que, segundo garantiu o governo israelense, não serão bombardeadas durante esse prazo. A mensagem foi divulgada horas depois do prazo de 24 horas que Israel fixou na sexta-feira para a evacuação do 1,1 milhão de habitantes do norte de Gaza, antecipando uma intensificação dos ataques ao enclave palestino.
“As Forças de Defesa de Israel permitirão a circulação nas ruas indicadas sem qualquer dano entre 10 e 16 horas. Para sua segurança, aproveite o pouco tempo para se deslocar para sul, de Beit Hanun até Khan Yunis. Se você se preocupa consigo mesmo e com seus entes queridos, siga para o sul de acordo com as instruções”, escreveu, em árabe, o porta-voz do Exército israelense, Avichay Adraee, na rede social X, em uma mensagem acompanhada de um mapa que marca estradas específicas. “Tenham certeza de que os líderes do Hamas tomaram cuidado e estão se protegendo dos ataques na região”, acrescentou o porta-voz.
A ordem de evacuação de Israel à meia-noite de quinta para sexta-feira gerou um caos generalizado em Gaza, com dezenas de milhares de palestinos levando seus pertences e dirigindo-se para sul a pé ou de carro. O Hamas, que já incentivou os palestinos a permanecer onde estão, em vez de ir para o sul de Gaza, alegou que cerca de 70 pessoas, a maioria mulheres e crianças, morreram em um bombardeio israelense contra uma estrada.
A ordem de evacuação israelense gerou rejeição por parte de múltiplas organizações internacionais e organismos de direitos humanos, que denunciaram que esta medida agrava ainda mais a situação catastrófica no enclave e põe em perigo as milhares de pessoas que recebem cuidados médicos em hospitais e não estão em condições de ser transferidas.
Mortos palestinos são 2,2 mil, segundo governo local
O número de palestinos mortos pelos bombardeios israelenses em Gaza aumentou neste sábado para 2.215, entre eles 724 crianças e 458 mulheres, segundo informou o Ministério da Saúde de Gaza. A pasta acrescentou que 8.714 pessoas ficaram feridas desde o início das hostilidades no sábado passado, após um atentado do movimento terrorista islâmico Hamas que deixou mais de 1,3 mil mortos em Israel.
O novo número marca um aumento de cerca de 300 mortes palestinas desde o último relatório do Ministério da Saúde, divulgado na noite de sexta-feira, após uma nova noite de bombardeios israelenses, que praticamente não pararam durante a última semana. “Ontem [sexta-feira] à noite, aviões de guerra israelenses realizaram ataques em grande escala em toda a Faixa [de Gaza]”, incluindo um ponto “onde havia dezenas de alvos terroristas do Hamas e agentes terroristas de Nukhba”, uma unidade de elite das Brigadas Al-Qassam, “uma das principais forças” que há uma semana “lideraram a infiltração terrestre” em Israel, afirmou neste sábado um porta-voz do Exército israelense.