Jerusalém - Israel estava pronto para declarar um cessar-fogo unilateral com o Hamas na Faixa de Gaza na noite de ontem, quando o gabinete de segurança do país, composto pelos principais ministros, se reuniria para tomar uma decisão sobre o futuro do conflito. A guerra entrou ontem em sua quarta semana.
A ideia do governo israelense é de fechar uma trégua unilateral, sem negociar com o grupo radical palestino Hamas, e em vez disso contando com o apoio dos Estados Unidos e do Egito para acabar com o contrabando de armas para Gaza a preocupação do governo é que acabem os lançamentos de foguetes contra o sul de Israel, argumento inicial de Tel Aviv para esse conflito.
Uma fonte do governo israelense afirmou ao jornal Haaretz que a discussão com o Egito progrediu bastante nos últimos dias. Cairo é um personagem indispensável para os objetivos de Israel: fechar os túneis na fronteira entre Egito e Gaza e minar o rearmamento do Hamas.
Mortos
Enquanto a trégua não era declarada, os ataques continuaram ontem. Pelo menos seis palestinos morreram em bombardeios israelenses que atingiram um colégio da ONU em Gaza, em mais um episódio envolvendo Israel e as Nações Unidas.
Entre os mortos no ataque ao colégio estavam uma mulher e seu filho, que se abrigavam nesse centro da agência da ONU para o socorro aos refugiados (UNRWA), em Beit Lahia, no norte da Faixa de Gaza.
Segundo fontes da agência das Nações Unidas, no momento do ataque, vários palestinos buscavam abrigo na escola devido à ofensiva militar israelense.
A rádio pública israelense informou que nas imediações do colégio foram registrados enfrentamentos entre forças israelenses e milicianos palestinos.
Outros três palestinos morreram no começo da manhã no nordeste da Cidade de Gaza, devido ao bombardeio de navios de guerra da Marinha israelense, que deixou também 11 pessoas feridas.
O ataque teve como alvo um grupo de casas conhecido como Al-Karama, que fica perto do campo de refugiados A-Shati.
Um porta-voz do exército israelense disse que os incidentes estão sendo investigados. Até agora os funcionários da ONU não se pronunciaram sobre as circunstâncias do bombardeio ao colégio.
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Interatividade
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