A chanceler de Israel, Tzipi Livni, pediu nesta quarta-feira que as forças de paz da ONU cumpram o embargo de armas decidido pelo Conselho de Segurança para evitar que o Hezbollah obtenha armas da Síria e do Irã.
Livni, que foi à ONU para reuniões com o secretário-geral, Kofi Annan, e com o embaixador americano na entidade, John Bolton, disse que o cumprimento do embargo é essencial para a região. Para ela, o Exército libanês não é capaz de fazer isso sozinho.
- Ninguém pode falar em desarmar o Hezbollah enquanto podemos ver um processo de rearmamento do Hezbollah. Há a necessidade de que esse desarmamento seja efetivo - disse Livni.
Ela disse que "não basta" que os libaneses monitorem a fronteira, e que a força da ONU, chamada Unifil, deve ajudar a "evitar o rearmamento".
O Conselho de Segurança da ONU adotou na última sexta-feira uma resolução que estabelece as bases da trégua na guerra entre Israel e o Hezbollah. O texto autoriza uma ampliação de até 15 mil soldados na Unifil e estabelece o embargo de armas, a ser executado pelo Exército libanês, que pode pedir assistência das tropas da ONU.
Livni evitou comentar como Israel vai buscar a devolução dos dois soldados seqüestrados em 12 de julho pelo Hezbollah, o que foi tido como o estopim do conflito. Ela lembrou que a resolução 1.701 da ONU prevê a libertação incondicional dos reféns, mas não quis falar sobre as negociações para uma troca de presos com o Hezbollah.
A chanceler afirmou ainda esperar que países islâmicos participem da nova força da ONU, mas desaconselhou a inclusão de "inimigos de Israel".
- Será uma força mista, e não quero dizer 'sim' sobre um Estado ou 'não' sobre outro agora, mas isso foi parte das discussões que tive com o secretário-geral - afirmou.
Em Jerusalém, fontes políticas disseram que Israel vai rejeitar a participação de países com os quais não mantém relações diplomáticas, como é o caso de Malásia e Indonésia, que haviam manifestado a intenção de enviar tropas ao Líbano.
Em geral, Livni se mostrou otimista com o envio de mais soldados da ONU e do Exército regular libanês à região, paralelamente à gradual desocupação israelense.
- Sei que a situação é delicada, que a situação é de certa forma explosiva, e estamos trabalhando juntos -o Exército israelense com o Exército libanês, mais a Unifil - afirmou. - Então, sejamos positivos. Torçamos para que desta vez haja uma oportunidade para fazer isso mudar. Acho que é a hora da verdade para a comunidade internacional - acrescentou.
A França deve comandar a nova força da ONU, mas ainda não anunciou quantos soldados vai enviar, o que pode desestimular outros países a aderirem.