O governo israelense reabriu o complexo da mesquita de Al-Aqsa e também a Cisjordânia, nesta quarta-feira. Um dia antes, ocorreram em Jerusalém os piores confrontos envolvendo palestinos em anos.
O porta-voz da polícia Micky Rosenfeld informou que as forças permaneciam em alerta, caso haja qualquer distúrbio. Apesar disso, foi reaberta a mesquita, no complexo considerado o mais sagrado para os judeus e o terceiro mais sagrado para os muçulmanos.
"O acesso ao Templo do Monte em Jerusalém está agora livre tanto para fiéis muçulmanos quanto para turistas", afirmou o porta-voz, usando o termo dos judeus para denominar a área. Antes, o complexo estava fechado para muçulmanos com menos de 50 anos e para todos os que não fossem muçulmanos.
O ministro da Defesa, Ehud Barak, ordenou enquanto isso que a Cisjordânia fosse reaberta durante a madrugada, informou um porta-voz do Exército. Israel ampliou o fechamento e restringiu o acesso ao lugar sagrado, conforme as tensões aumentaram em Jerusalém, por causa da reabertura de uma sinagoga do século XVII na Cidade Velha, algumas centenas de metros distante do complexo.
Embora não tenham ocorrido episódios de violência nesta quarta-feira em Jerusalém, aconteceram tumultos na Cisjordânia. O incidente mais sério teve lugar na cidade de Nablus, onde dezenas de jovens palestinos jogaram pedras conta forças israelenses de segurança. As tropas israelenses responderam com o disparo de gás lacrimogêneo e balas de borracha. Os médicos disseram que dois palestinos ficaram feridos.
Anúncio e impasse
Israel fechou a Cisjordânia na sexta-feira, após o anúncio de que planejava construir novas casas para assentados judeus em Jerusalém Oriental. Os palestinos querem essa área como capital de seu futuro Estado independente e o fato provocou a fúria dos palestinos e o descontentamento dos Estados Unidos.
O anúncio foi feito durante visita do vice-presidente dos EUA, Joe Biden. Depois disso, os palestinos disseram que não pretendem retomar as negociações indiretas de paz com os israelenses.
O porta-voz da polícia afirmou que havia 3 mil policiais em alerta em Jerusalém, especialmente em Jerusalém Oriental.
Os recentes episódios de violência aconteceram frente a um cenário de profunda frustração entre os palestinos, após um impasse de mais de um ano nas negociações de paz. Na noite da terça-feira, os Estados Unidos e Israel sinalizaram que estão tentando se mover para além da crise que irrompeu entre os dois países, quando Israel fez o anúncio das construções. Biden e Netanyahu falaram por telefone, disseram funcionários israelenses.
Nesta semana, o enviado especial dos EUA para o Oriente Médio, George Mitchell, cancelou uma viagem que faria à região, a qual teria como objetivo preparar a retomada das negociações de paz entre Israel e os palestinos, mediadas pelos EUA. Mitchell cancelou a viagem em protesto às novas construções israelenses na Cisjordânia.
O presidente palestino Mahmoud Abbas elogiou as críticas dos EUA à política israelense e notou que o Estado de Israel havia se comprometido a parar com as construções nos assentamentos sob uma tentativa para um acordo de paz elaborada a partir de 2003, o chamado "mapa do caminho" (road map).
"Agora mesmo, a administração americana está expressando isso de maneira forte. Eu peço a Israel que permaneça comprometido a esses princípios para nós podermos retomar as negociações indiretas" de paz, disse Abbas.
Israel sustenta que os palestinos não cumpriram suas obrigações estabelecidas pelo "mapa do caminho", entre as quais estava a de debelar os ataques dos militantes islamitas.
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