Israel anunciou nesta segunda-feira (28) a indicação de Dani Dayan, nome escolhido inicialmente para embaixador no Brasil, a uma posição nos Estados Unidos, recuando de uma disputa com Brasília sobre as conexões do indicado com assentamentos judeus na Cisjordânia ocupada.
Israel vê recusa brasileira a embaixador como “crise diplomática”
O governo brasileiro, que tem apoiado a campanha por um Estado Palestino nos últimos anos, havia relutado em aceitar a nomeação em agosto de Dayan, ex-líder de assentamento. O embaixador israelense anterior deixou o posto em dezembro.
O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, inicialmente prometeu manter-se firme sobre a nomeação de Dayan, nascido na Argentina - mesmo se isso significasse uma piora das relações com o Brasil -, já que uma rejeição prejudicaria os assentamentos, que a maioria das potências mundiais considera ilegal.
Mas Netanyahu disse em breve comunicado nesta segunda-feira que Dayan vai, em vez disso, ocupar o cargo de cônsul-geral em Nova York, posto que foca nas relações israelenses com judeus e setores empresariais nos EUA.
“Não acho que cedemos. Não havia escolha”, disse Dayan à rádio do Exército israelense, questionado sobre a nova indicação. “Aqueles que não queriam que fôssemos a Brasília acabaram nos conduzindo a Nova York, a capital do mundo.”
Dayan previamente argumentava que se o Brasil fosse bem-sucedido em excluí-lo, poderia abrir o precedente de impedir que líderes de assentamentos representassem Israel no exterior.
Israel tem um papel considerável em fornecer tecnologia de aviação para a indústria aérea e de defesa brasileira.
Em 17 de março, o Ministério das Relações Exteriores de Israel disse que buscava nova escolha para o posto de embaixador em Brasília, substituindo Dayan. Mas o Ministério rapidamente removeu o comunicado, dizendo que o havia emitido por engano.
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