Israel rejeitou a proposta da Organização das Nações Unidas (ONU) de formar uma comissão internacional para investigar a morte em águas internacionais de nove ativistas pró-palestinos da frota que, há uma semana, tentou furar o bloqueio à Faixa de Gaza. A Turquia, de onde eram as vítimas, condenou duramente a decisão israelense e disse que a rejeição equivale a uma admissão de culpa.
"Rejeitamos uma comissão internacional. Estamos discutindo com os EUA uma forma de investigação", disse o embaixador de Israel nos EUA, Michael Oren, em entrevista à rede de TV Fox News. Segundo o diplomata, "Israel é um país democrático e tem o direito de investigar a si próprio, sem a necessidade de uma comissão internacional".
A comissão foi proposta pelo secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, e seria liderada pelo ex-premier da Nova Zelândia Geoffrey Palmer. Ela incluiria representantes de Israel, Estados Unidos e Turquia.
Menos incisivo do que seu representante em Washington, o primeiro-ministro israelense, Binyamin "Bibi" Netanyahu, discutiu no sábado a proposta com o número 1 da ONU. "Eu disse a Ban que a investigação dos fatos precisa ser feita com cuidado, sem comprometer os interesses nacionais de Israel e das Forças Armadas de Israel", afirmou ontem o premier após reunir-se com seu gabinete.
Culpa
O ministro das Relações Exteriores da Turquia, Ahmet Davutoglu, reagiu à decisão de Israel afirmando que a rejeição da investigação é uma forma de acobertar a ação contra a frota. Os dois países, tradicionais aliados no Oriente Médio, viram suas relações estremecerem nos últimos dois anos. "Nós queremos conhecer os fatos. Se Israel os rejeita, isso significa uma prova de culpa. Eles não estão confiantes para enfrentar os fatos", disse o chanceler para a CNN. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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