O gabinete de Segurança de Israel afastou nesta sexta-feira a possibilidade de um cessar-fogo humanitário na Faixa de Gaza, ao rejeitar a proposta de trégua apresentada no Cairo pelo secretário de Estado americano, John Kerry.
Logo depois de se saber da notícia, aviões e fragatas de combate no Mediterrâneo começaram a bombardear de novo com grande intensidade Gaza, onde em 18 dias de ofensiva morreram mais de 800 palestinos, em sua maioria civis.
Segundo o jornal israelense "Haaretz", os membros do Gabinete decidiram continuar com as operações bélicas enquanto discutem como emendar a proposta do chefe da diplomacia americana "para torná-la mais propícia a Israel".
Há dois dias o movimento islamita Hamas tinha se mostrado propício a um cessar-fogo por razões humanitárias, sob a premissa de prosseguir com as negociações separadamente com Israel para conseguir uma trégua.
O Hamas informou, no entanto, que qualquer acordo de cessar-fogo depende de que sejam aceitos suas duas principais reivindicações: o fim do bloqueio econômico e o assédio militar que Israel impõe à região, além da abertura da passagem de Rafah, que o Egito mantém fechada há um ano.
O governo israelense exige, por sua vez, que o movimento islamita se desarme, condição que seu líder, Khaled Meshaal, disse que não cumprirá enquanto Israel continuar armado.
Kerry chegou esta semana à região com o mandato expresso do presidente americano, Barack Obama, de pôr fim a uma ofensiva que começou no dia 8 de julho e que desde então matou mais de 800 pessoas.
A decisão de Kerry de voar na noite passada ao Cairo e de retornar a Washington hoje mesmo, após reuniões em Jerusalém e Ramala, pairava nesta sexta-feira sobre a região como um mau presságio.
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