Israel rejeitou na sexta-feira uma resolução da Assembleia Geral da ONU pedindo a investigação de um relatório que diz que crimes de guerra foram cometidos em Gaza, e condenou o voto do organismo mundial como "completamente fora da realidade".
Em um comunicado, o chanceler israelense disse que Israel "mantém o direito de autodefesa" e iria "continuar a agir para proteger as vidas de seus cidadãos da ameaça do terrorismo internacional".
A resolução, endossando um relatório sobre a guerra de Gaza feito pelo Conselho de Direitos Humanos da ONU com sede em Genebra, não é obrigatória e não deve obrigar nem Israel nem o grupo islâmico Hamas a investigar as descobertas.
Mas Israel respondeu com ultraje às descobertas divulgadas em setembro por um painel liderado pelo jurista sul-africano Richard Goldstone, vendo o documento como uma tentativa árabe de minar a reputação de seus líderes políticos e militares.
"Israel rejeita a resolução da Assembleia Geral da ONU, que é completamente fora das realidades que Israel tem que enfrentar", disse o comunicado do Ministério das Relações Exteriores divulgado pelo porta-voz Yigal Palmor.
Palmor também disse que Israel tinha "demonstrado padrões morais e militares mais elevados do que qualquer um dos instigadores da resolução" durante a guerra em dezembro, na qual mais de 1.300 palestinos e 13 israelenses foram mortos.
Ele também disse que Israel foi encorajado pelo que chamou de "grande número de Estados-membros que votaram contra ou se abstiveram", mostrando que a resolução "não tem o apoio da maioria moral".
A resolução, aprovada por 114 países com 18 votos contra e 44 abstenções, foi tomada depois que Goldstone instou Israel e "o lado palestino" a fazer investigações dentro de três meses sobe as acusações do relatório.
O relatório de Goldstone culpou os dois lados no conflito, mas foi mais duro com Israel que se recusou a cooperar com a investigação do juiz.