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Os israelenses saudaram na quarta-feira uma grande troca de prisioneiros que resultará na libertação do soldado Gilad Shalit, após cinco anos de cativeiro, em troca da libertação de mil palestinos, mas as reações ao acordo negociado com o Hamas foram ambíguas.

"Estamos provando pela centésima vez que cada um de nossos soldados é único e que faremos um esforço supremo para trazê-lo para casa. O acordo é duro, mas foi o melhor que foi possível fechar nestas condições", disse à rádio Israel o ministro da Segurança no Front Doméstico, Matan Vilnai.

O ministro disse que os termos acordados desde que as negociações secretas ficaram sérias outra vez, há três meses, não dão ao grupo islâmico Hamas, que mantém Shalit prisioneiro, tudo o que ele pediu.

O ministro da Defesa, Ehud Barak, disse que está "em paz" com o acordo e que o risco de libertar alguém que matou israelenses é doloroso, mas é um risco que Israel precisa assumir. Tirando possíveis obstáculos de última hora, disse ele, "veremos Gilad Shalit em casa em questão de dias."

O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu obteve a aprovação do gabinete à troca em uma sessão noturna especial. Ele estava sob pressão pública constante para trazer Shalit para casa.

Mas alguns ministros se opuseram ao acordo, avisando que vai incentivar seus inimigos palestinos a tentarem fazer mais prisioneiros.

Hamas

O Hamas e seus partidários na Faixa de Gaza ameaçaram capturar mais soldados israelenses, até que todos os 6 mil prisioneiros palestinos sejam libertados de prisões israelenses.

"Este acordo define as bases para uma nova etapa," escreveu em um jornal de Gaza o vice-ministro da Cultura, Mustafa al-Sawaf. "A aceitação pelo inimigo das condições de resistência não veio de uma posição de força, veio de uma posição de fraqueza."

Mais de 300 dos palestinos a serem libertados cumprem penas de prisão perpétua por ataques violentos, segundo o chefe do Hamas, Khaled Meshaal.

O acordo soluciona uma das questões mais intransigentes e carregadas de emoção entre Israel e os palestinos, mas não tem efeito direto evidente sobre as negociações de paz, que estão paradas há um ano, a não ser por potencialmente melhorar o clima para uma retomada das negociações, atendendo aos apelos de Washington e seus aliados.

O acordo foi alcançado após vários avanços falsos ao longo de anos de esforços secretos para libertar Shalit.

O jovem soldado foi capturado em junho de 2006 por militantes que chegaram via túnel a uma posição do exército israelense na fronteira com Gaza. As forças israelenses tinham se retirado do território no ano anterior. Depois da captura de Shalit, as forças apertaram o bloqueio, voltando a fazê-lo depois de o Hamas tomar o controle do território de um movimento rival, em 2007.

Shalit tinha 19 anos na época e agora tem 25. O último sinal de vida recebido do soldado foi uma fita de vídeo lançada por seus captores em setembro de 2009 em que ele implorava por sua vida.

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