Milhares de pessoas participaram do funeral de ativistas mortos em ataque à comboio que levava ajuda humanitária para palestinos da Faixa de Gaza, em Istambul, na Turquia| Foto: Murad Sezer / Reuters

Israel propôs nesta quinta-feira (3), diante da pressão da ONU por uma investigação internacional sobre o incidente desta semana na costa de Gaza, a realização de um inquérito comandado pelo próprio Estado judeu, mas com a participação de observadores internacionais.

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O chanceler Avigdor Lieberman acatou a sugestão dos Estados Unidos, em uma tentativa de aplacar a indignação internacional com a abordagem militar a uma frota naval que tentava furar o bloqueio israelense à Faixa de Gaza e levar mantimentos à população palestina desse encrave, governado pelo grupo islâmico Hamas. Nove ativistas morreram na operação, na madrugada de segunda-feira.

Centenas de ativistas presos no incidente foram libertados por Israel e chegaram a Istambul, onde foram recebidos como heróis. Eles acusaram os fuzileiros navais israelenses de cometerem "crimes de guerra" e homicídios injustificados a bordo da balsa turca Mavi Marmara.

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Na Cisjordânia ocupada, o representante especial dos EUA para a região, George Mitchell, disse que "a tragédia" não deve abalar as negociações mediadas por ele entre Israel e a Autoridade Palestina, as quais o diplomata disse estarem progredindo.

O presidente da Fundação para Liberdades e Direitos Humanos e Auxílio Humanitário, que organizou a missão humanitária para Gaza, disse que os ativistas a bordo do Mavi Marmara tomaram as armas de dez soldados que abordavam o navio e as jogaram pela amurada, sem dispará-las.

Israel alega que seus soldados mataram os ativistas porque estavam sendo agredidos ao descerem de helicóptero no convés, inclusive sendo alvejados com pistolas tomadas dos militares pelos ativistas.

"Dissemos aos nossos amigos a bordo: 'Vamos morrer, virar mártires, mas jamais sejamos mostrados (...) como os que usaram armas," declarou Bulent Yildirim. "Com esta decisão, nossos amigos aceitaram a morte, e jogamos no mar todas as armas que pegamos deles."

A União Europeia, a Turquia e a ONU defenderam a realização de uma investigação internacional, enquanto os EUA, principais aliados de Israel no mundo, sugeriram um inquérito israelense com envolvimento internacional.

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Israel diz que havia "terroristas" a bordo das embarcações, e que o fim do bloqueio à Faixa de Gaza permitiria que o Hamas obtivesse mísseis iranianos de longo alcance, e que isso seria uma ameaça não só para Israel, mas também para a Europa.