O gabinete de segurança israelense decidiu, após uma reunião de emergência em Jerusalém, suspender imediatamente as negociações de paz com a Autoridade Nacional Palestina. Israel antecipou ainda que responderá às "medidas unilaterais adotadas pela Autoridade Palestina" com uma série de sanções não especificadas.
A medida israelense veio como resposta ao anúncio, feito na última quarta-feira, do acordo de reconciliação política entre as facções palestinas Fatah e Hamas, após anos de divisão. Israel considera o Hamas como uma facção terrorista e, como tal, inadequada às negociações de paz.
As conversas entre Israel e Autoridade Nacional Palestina iriam expirar, de qualquer maneira, na terça-feira, após terem sido renovadas no ano passado com mediação diplomática americana. Estagnadas, as negociações não tinham previsão de serem prolongadas.
Responsabilidades
A liderança palestina, do presidente Mahmoud Abbas, aponta a responsabilidade israelense no desmoronamento das conversas pela paz, a partir da contínua construção de assentamentos na Cisjordânia e do não cumprimento da libertação de prisioneiros palestinos, como havia sido acordado anteriormente.
O governo de Israel, por sua vez, critica a recusa palestina em reconhecer o Estado israelense como "judaico", uma de suas reivindicações. Além disso, aponta a aproximação com o Hamas como um sério obstáculo. "Talvez eles queiram que as negociações falhem", afirmou à reportagem um porta-voz da chancelaria israelense. "É um grande desapontamento", acrescentou.
"Em vez de escolher a paz, [o presidente palestino Mahmoud Abbas] formou uma aliança com uma organização terrorista assassina que pede a destruição de Israel", afirmou mais cedo Benjamin Netanyahu, premiê israelense.