Míssil testado ontem por Israel teria capacidade para levar ogiva nuclear| Foto: Ilan Assayag/Reuters

Europa critica plano israelense de novos assentamentos

A União Europeia (UE) criticou ontem os planos de Israel de construir novos assentamentos em resposta à entrada da Palestina na Unesco, a agência cultural da ONU, e pediu que todos os países sigam apoiando à organização das Nações Unidas. Após a votação que aprovou o ingresso da Palestina, os Estados Unidos anunciaram que iriam parar de enviar recursos à Unesco.

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Em meio a uma nova onda de especulações sobre um possível ataque às instalações atômicas do Irã, Israel testou ontem um míssil que teria capacidade de levar uma ogiva nuclear e alcance para atingir o país persa.

Israel repete há anos que vê no Irã a maior ameaça a sua segurança e que não descarta uma ação militar.

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Mas a hipótese de um ataque voltou a ganhar força nos últimos dias, com reportagens na imprensa local sobre articulações do premiê Benjamin Netanyahu e do ministro da Defesa, Ehud Barak, para acelerar o plano.

Analistas israelenses afirmam que a maioria do gabinete, os comandantes das Forças Armadas e os chefes dos serviços de inteligência israelenses são contrários à ofensiva defendida por Neta­­nyahu e Barak.

Citando uma autoridade israelense não identificada, o jornal Haaretz diz que Netanyahu estava tentando obter uma maioria a favor do ataque ao Irã, mas ainda existe "uma pequena vantagem" no gabinete no lado daqueles contra a ofensiva. Mesmo assim, o primeiro-ministro já teria conseguido o apoio do ministro de Re­­lações Exteriores, Avigdor Lie­­berman.

Ainda de acordo com o periódico Haaretz, um relatório sobre as capacidades nucleares do Irã deve ser publicado pela Agência In­­ternacional de Energia Atômica (AIEA) na terça-feira da semana que vem, e esse documento será decisivo para a resolução sobre um ataque ao país. Israel e muitos países do Ocidente acreditam que, por trás de seu programa de energia nuclear, o Irã esconde projetos de construção de bombas atômicas.

O governo de Israel não deu detalhes do míssil testado ontem, afirmando apenas que ele foi um sucesso e que havia sido programado com grande antecedência.

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Os rumores sobre preparativos para ataques foram reforçados pela notícia de que aviões israelen­­ses fizeram treinamento na Itá­­lia para ataque de longa distância.

Segundo o jornal Guardian, o Reino Unido também intensificou os preparativos para apoiar um possível ataque dos EUA a Te­­erã, diante de indícios de avanços no programa nuclear iraniano.

"Alerta"

O chefe das Forças Armadas do Irã, general Hassan Firouzabadi, disse que o país está em alerta e que vai "punir" qualquer ataque israelense contra seu território. "Nós consideramos qualquer ameaça – mesmo aquelas com baixa probabilidade e distantes – como uma ameaça decisiva. Nós estamos em alerta máximo", disse, segundo noticiado pela agên­­cia Fars.

"Com o equipamento adequado, nós estamos prontos para pu­­ni-los e fazê-los se arrepender de cometerem qualquer erro", acrescentou Firouzabadi. O general também afirmou que os Estados Unidos "sofrerão grandes prejuízos se houver um ataque militar do regime sionista contra o Irã".

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O presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, declarou por mais de uma vez não reconhecer o Es­­tado de Israel e disse ainda que o número de judeus mortos pelos na­­zistas é muito inferior ao divulgado.