• Carregando...
A candidata e atual chanceler Tzipi Livni sobe as escadas de seu caminhão de campanha: para que seu partido vença, terá de conquistar os votos dos indecisos | Jack Guez/AFP
A candidata e atual chanceler Tzipi Livni sobe as escadas de seu caminhão de campanha: para que seu partido vença, terá de conquistar os votos dos indecisos| Foto: Jack Guez/AFP

Entre palestinos, Fatah tira apoio de Hamas

Pesquisa realizada pelo Centro Palestino de Opinião Pública mostra o Fatah com mais apoio entre palestinos hoje do que o Hamas: 40,6% a 31,4%. Realizada entre 25 e 31 de janeiro com 673 pessoas – e margem de erro de 3,78 pontos para mais ou para menos –, a pesquisa revela que o apoio na Faixa de Gaza ao Fatah, partido secular do presidente da Autoridade Nacional Palestina, Mahmoud Abbas, é de 42,5%, contra 27,8% do Hamas, que controla o território.

Leia a matéria completa

  • Conheça as propostas dos principais partidos de Israel

Os israelenses vão hoje às urnas pela quinta vez em menos de dez anos para eleger um governo que deverá se sustentar em uma coalizão frágil, refletindo a fragmentação da sociedade e a pulverização de seu sistema partidário. As pesquisas indicam que a direita, favorecida pelo apoio à ofensiva militar na Faixa de Gaza, sairá fortalecida, em condições de formar um bloco governista.

Encurtada pelas três semanas de bombardeios contra o grupo islâmico Hamas, a campanha foi marcada pela indiferença e pela descrença nos políticos. Ninguém esquece que a eleição só foi antecipada para que o atual primeiro-ministro, Ehud Olmert, do centrista Kadima, pudesse sair do cargo e se defender das várias acusações de corrupção.

Líder nas pesquisas desde a convocação da eleição, no fim do ano passado, o partido conservador Likud, comandado pelo ex-premier Benjamin Netanyahu (1996–1999), foi gradualmente perdendo a vantagem e chega à reta final quase empatado com o Kadima da chanceler Tzipi Livni.

A diferença é pequena, e o índice de indecisos é alto (cerca de 20%, o maior da história), o que pode contrariar as previsões de vitória de Netanyahu. Mas nas últimas pesquisas permitidas pela lei eleitoral, divulgadas na sexta, o Likud aparecia com entre 25 e 28 cadeiras no Parlamento, contra no máximo 25 do Kadima.

Ainda que haja uma virada do partido de Livni, a vitória não garante a formação do governo, que exige uma coalizão com o apoio de mais de metade dos 120 deputados do Parlamento.

"Mesmo que o Kadima ganhe um ou dois assentos a mais que o Likud, Netanyahu, junto com outros partidos de direita e ultraortodoxos será mais forte que o bloco de centro-esquerda", previu o analista Yossi Verter, do jornal Haaretz.

No último dia da campanha, Netanyahu tentou reverter a perda de eleitores do Likud para a direita ultranacionalista, enquanto Livni buscou converter indecisos e conquistar o voto útil dos simpatizantes de partidos de esquerda. Quem quer que chegue na frente sabe que a formação de um governo não será tarefa fácil e que uma coalizão sem o principal rival será fragmentada e instável.

Coalizão

Netanyahu disse ontem que, caso saia vitorioso, pretende convidar "todos os partidos sionistas" para a sua coalizão, entre eles o Kadima, o Partido Trabalhista e o Israel Beitenu. A ascensão fulminante do último, liderado pelo ultradireitista Avigdor Lieberman, é a principal razão da queda do Likud.

Lieberman é adepto da transferência de palestinos para a Cisjordânia, alegando que é preciso reduzir o número de árabes com cidadania israelense. Outra medida polêmica defendida pelo imigrante da ex-república soviética de Moldova é o "teste de lealdade" ao qual quer submeter os cidadãos árabes que se recusassem a ir para a Autoridade Palestina. Eles teriam que reconhecer que Israel é um Estado judeu.

Netanyahu já disse que, caso vença, não pretende entregar o Ministério da Defesa a Lieberman, que passou a demonstrar interesse no cargo depois que seu partido atingiu a terceira colocação nas pesquisas. Netanyahu já deu a entender mais de uma vez que gostaria de manter o trabalhista Ehud Barak no cargo. Uma aliança entre Netanyahu e Barak não dá muitas pistas de como caminhará o governo. Herdeiro do partido que assinou o primeiro acordo de paz com os palestinos, Barak é favorável à continuação do processo, mas Netanyahu tem uma posição bem mais dura.

Ontem, ele reiterou que não se sentirá comprometido com as negociações iniciadas com a Síria por Olmert. Também defende ritmo mais lento nas conversas com os palestinos.

Livni, por sua vez, manifestou otimismo de que o Kadima chegará na frente e terá condições de montar um governo. Mas deixou claro que não aceitará fazer parte de um gabinete liderado por Netanyahu como coadjuvante. "O único partido de centro, com condições de liderar um governo de união, é o Kadima", disse a chanceler.

A atual coalizão conta com 65 cadeiras, 29 do Kadima, 19 do Partido Trabalhista, 12 do Shas (ultraortodoxo) e cinco do Partido dos Aposentados. Mas ela dificilmente poderá se repetir: foi justamente a recusa de Livni em aceitar as exigências do Shas que levou à convocação de eleições antecipadas.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]