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Construção de moradias israelenses no lado oriental de Jerusalém, reivindicado para ser a capital palestina | Menahem Kahana/AFP
Construção de moradias israelenses no lado oriental de Jerusalém, reivindicado para ser a capital palestina| Foto: Menahem Kahana/AFP

Reação internacional

ONU e EUA condenam novos assentamentos

O governo norte-americano afirmou ontem estar "profundamente decepcionado" com o anúncio israelense de que foi aprovada a construção de 1.100 casas para colonos em Jerusalém Oriental, zona ocupada na Guerra dos Seis Dias de 1967.

Segundo a porta-voz do Departamento de Estado dos EUA, Victoria Nuland, a decisão de Israel "é improdutiva em relação aos esforços para recomeçar as negociações diretas" entre o governo israelense e os palestinos.

O enviado da ONU para o Oriente Médio, Robert Serry, se uniu às vozes dos norte-americanos contra a decisão e considerou a decisão "muito preocupante", além de ignorar, segundo ele, o pedido de que se evitem medidas provocativas.

Para Serry, as novas construções vão contra regras do direito internacional e mina as possibilidades de reavivar as negociações por um acordo de dois Estados e pelo fim do conflito na região.

A chefe da diplomacia europeia, Catherine Ashton, também criticou os planos do governo israelense e pediu às autoridades do país que desistam da ideia. "Pedimos às duas partes que evitem medidas provocativas e, portanto, lamento enormemente que hoje se tenha decidido continuar com os assentamentos", afirmou.

Segundo ela, o plano deveria ser cancelado porque o aumento dos assentados "ameaça a viabilidade da solução de dois Estados".

A decisão de Israel vem depois de uma declaração do Quarteto, formado por Estados Unidos, Rússia, União Europeia e ONU, que ajudam no diálogo, que pedia aos israelenses e palestinos que retomem as negociações e alcancem um acordo de paz em 2012, criando um Estado palestino no mesmo ano.

O governo de Israel deu carta branca ontem para a construção de mais 1.100 unidades habitacionais para colonos judeus em Gilo, assentamento em Jeru­­salém Oriental, setor árabe da dis­­putada cidade. Ao mesmo tem­­po, o primeiro-ministro Ben­­jamin Netanyahu descartou qualquer congelamento nas construções, o que aumenta ainda mais as tensões com os palestinos na região.

O Ministério do Interior de Israel disse que as casas serão cons­­truídas em Gilo, um enclave de colonos judeus em Jerusalém Oriental. O ministério afirmou que a construção poderá começar em 60 dias, após ser cumprido um período para debates e objeções, um processo que o porta-voz ministerial Roi Lachma­­novich disse ser apenas uma me­­ra formalidade.

O governo da Autoridade Na­­­cional Palestina (ANP), que reivindica Jerusalém Oriental para sua capital, condenou a medida.

"Isso envia um sinal errado em uma época bastante sensível", disse Richard Miron, porta-voz do enviado da Organização das Nações Unidas (ONU), Robert Serry, para o Oriente Médio.

Saeb Erekat, principal negociador palestino, disse que a decisão de Israel significa "1.100 nãos à retomada das negociações de paz". Ele apelou aos EUA, aliados figadais de Israel, a mudarem sua posição e passarem a apoiar os palestinos no pedido de adesão feito semana passada na ONU.

Estado palestino

Com a paralisação das negociações de paz nos últimos três anos, os palestinos decidiram pedir, na semana passada, o reconhecimen­­to do Estado palestino pelo Con­­selho de Segurança da Orga­­niza­­ção das Nações Unidas (ONU), ten­­do como base as fronteiras anteriores à Guerra dos Seis Dias, de 1967.

Netanyahu, em entrevista pu­blicada ontem pelo jornal Jerusalem Post, acusou os palestinos de má fé quando ambas as partes negociavam, até setembro do ano passado. Ele descartou a demanda palestina por um Es­­tado baseado nas fronteiras anteriores a 1967. Ele também afirmou que Israel nunca desistirá de Jerusalém Oriental, a qual con­­sidera parte da sua capital.

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