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Oriente Médio

Israel vive trégua, mas guerra continua

Manifestante que defende o fim da ofensiva contra palestinos em Gaza participa de protesto diante da embaixada de Israel em Buenos Aires, na Argentina | Marcos Brindicci/Reuters
Manifestante que defende o fim da ofensiva contra palestinos em Gaza participa de protesto diante da embaixada de Israel em Buenos Aires, na Argentina (Foto: Marcos Brindicci/Reuters)

Israel rejeitou ontem propostas internacionais para um cessar-fogo na campanha contra a Faixa de Gaza, mas aceitou uma trégua humanitária de 12 horas a começar hoje de manhã, afirmaram autoridades de Israel e dos Estados Unidos.

Uma autoridade dos EUA afirmou que o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, disse ao secretário de Estado norte-americano, John Kerry, que Israel iniciará uma trégua de 12 horas em Gaza hoje a partir das 7h locais (1h em Brasília). O Estado judeu não comentou o assunto.

O porta-voz do Hamas, Sami Abu Zuhri, afirmou que o movimento, em conjunto com todos os grupos militantes na Faixa de Gaza, concordou com o cessar-fogo temporário a partir das 8h locais que, segundo ele, foi mediado pela ONU.

Mediadores esperam que um cessar-fogo possa entrar em vigor antes de um festival muçulmano que começa na próxima semana, mas têm enfrentado dificuldades para resolver diferenças aparentemente irreconciliáveis — entre Hamas e Israel, que travam um combate desde 8 de julho.

O Hamas, que quer o fim de um bloqueio a Gaza imposto por Israel e Egito antes de concordar com o fim das hostilidades, ainda tem de responder à proposta de cessar-fogo, que não foi divulgada.

Uma autoridade do governo israelense, que não quis ser identificada, disse que o gabinete de segurança do primeiro-ministro de Israel rejeitou o plano de cessar-fogo, porque não permite a Israel continuar interceptando uma rede de túneis clandestinos do Hamas sob a fronteira com Gaza. Com o fracasso da diplomacia, os combates se intensificaram.

Autoridades de Gaza disseram que ataques de Israel mataram ontem 55 pessoas, incluindo o chefe de mídia do Jihad Islâmico, aliado do Hamas, e o filho dele. Assim, o número de palestinos mortos em 18 dias já totaliza 844 pessoas, a maioria civis.

Militantes dispararam uma saraivada de foguetes de Gaza, o que acionou sirenes em grande parte do sul e do centro de Israel, incluindo no principal aeroporto do país. Não houve feridos, e o sistema Domo de Ferro interceptou muitos dos mísseis.

O tumulto em Gaza alimentou as tensões na Cisjordânia ocupada, onde o presidente palestino, Mahmoud Abbas, apoiado pelos Estados Unidos, governa em uma incômoda coordenação com Israel.

Médicos disseram que seis palestinos foram mortos em incidentes separados perto das cidades de Nablus e Hebron, incluindo um tiro que, segundo testemunhas, foi disparado aparentemente por um colono judeu.

Garcia ironiza porta-voz israelense

Agência Estado

O assessor especial da Pre­­sidência da República para assuntos internacionais, Marco Aurélio Garcia, rebateu ontem a declaração do porta-voz da chancelaria de Israel, Yigal Palmor, de que o Brasil é um "anão diplomático" e "parceiro diplomático irrelevante". "[O porta-voz] é o sub do sub do sub do sub do sub do sub", afirmou Garcia a jornalistas, antes de solenidade no Palácio do Planalto de posse dos membros do Comitê Nacional de Prevenção e Combate à Tortura. Questionado se a declaração do porta-voz não teria sido deselegante, Garcia respondeu: "Não sou especialista em elegância. A réplica de Israel à dura nota do governo brasileiro, que classificou de "inaceitável" a escalada desproporcional da ofensiva militar sobre Gaza, mexeu com os brios do Itamaraty e do Planalto e resultou numa tréplica do ministro das Relações Exteriores, Luiz Alberto Figueiredo. Mas na avaliação de diplomatas e assessores presidenciais a ordem é encerrar a escalada verbal entre os dois países e evitar bate-boca.

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