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Os israelenses judeus são mais religiosos agora que há 20 anos, com um aumento no número daqueles que acreditam em Deus, na ideia do povo eleito e na vida após a morte, segundo uma pesquisa divulgada nesta quinta-feira.

A enquete, realizada pelo Centro Guttman do Instituto de Democracia de Israel e pela Fundação Avi Jai, revela uma reversão da tendência rumo à secularização motivada pela emigração ao país de mais de um milhão de cidadãos da ex-União Soviética, após sua dissolução em 1991.

De acordo com a pesquisa, 80% dos 2.803 consultados declararam em 2009 que "um poder superior governa o mundo", contra 74% que responderam afirmativamente na enquete de 1999 e 76% que concordaram em 1991, antes da citada onda migratória.

A crença de que existe vida depois da morte aumentou em 20 anos de 54% para 60% e de que as boas ações serão recompensadas pela divindade de 75% para 85%.

Os autores do estudo citam entre os possíveis motivos deste aumento da religiosidade o aumento do peso demográfico de ortodoxos e ultra-ortodoxos e a assimilação das práticas e tradições religiosas judaicas por parte da emigração da extinta URSS.

"Enquanto a tendência de aproximação à religião é percebida notavelmente entre ortodoxos e ultra-ortodoxos, e em certa medida entre os tradicionais, entre os seculares não existe mudança alguma ou até mesmo ocorre um ligeiro afastamento da religião", destacou a análise da enquete.

Outro resultado interessante da pesquisa é que 87% dos consultados apoiam a atual forma da Lei do Retorno, que concede a cidadania israelense de forma automática a qualquer pessoa com pelo menos um avô judeu.

Por outro lado, apenas 53% veem com bons olhos que a esposa não-judia de um judeu possa receber a cidadania de forma automática.

Por outra parte, 73% consideram que Israel pode ser ao mesmo tempo um Estado democrático e aderir à lei religiosa judia. As diferenças residem em qual de ambas deveria ter preferência em caso de contradição: a democracia (44%) ou a lei judia (20%), enquanto 36% acreditam que isso deve ser decidido caso a caso.

Em relação às questões de identidade e pertinência a Israel e ao povo judeu, as respostas positivas foram quase unânimes. Enquanto 88% querem seguir vivendo em longo prazo no país e 84% se definem como sionista, 92% consideram "bastante ou muito importante" sentir-se parte do povo judeu.

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