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Foi horrorizada que a israelense Avi Zana ouviu a notícia, nesta quinta-feira, de que o grupo extremista Hamas, o mesmo que matou seu filho, vencera as eleições palestinas.

Nas ruas de Israel, era generalizada a preocupação com a vitória do Hamas, organização que executou quase 60 ataques suicidas contra israelenses durante o atual levante palestino, e cuja missão declarada é destruir o Estado judaico.

- Os palestinos mostraram sua verdadeira cara ao eleger o Hamas - disse Zana, de 46 anos. - O grupo não quer controlar a Autoridade Palestina, quer controlar Israel - acrescentou.

Entre as pessoas que devem ocupar postos no novo Parlamento palestino está Mariam Farhat, também conhecida como Umm Nidal, que apareceu em um vídeo pedindo aos filhos que executassem ataques. Em um deles, o filho de Zana foi morto, aos 18 anos, em um assentamento judaico.

O Hamas vem observando a trégua informal instituída há quase um ano, e durante a campanha não declarou o compromisso de destruir Israel.

A vitória do grupo radical foi encarada pelos palestinos principalmente como uma mudança em relação ao movimento dominante, a facção Fatah, acusada de corrupção e má administração.

- O Hamas não foi eleito para executar ataques contra Israel. Foi eleito para trazer mudanças - disse o analista israelense Yochanan Tsorev. - Temos que observar como as coisas vão se desenrolar - emendou.

Mas esse tipo de análise não foi suficiente para tranqüilizar muitos israelenses.

- É difícil não ser ainda mais pessimista agora sobre as perspectivas do processo de paz - disse o guia turístico Shimi Breutman, de 22 anos.

As negociações de paz estão interrompidas desde 2000, pouco antes do início do levante.

Israel, assim como os Estados Unidos, recusa-se a negociar com o Hamas até que o grupo se desarme e altere seu lema.

Depois da retirada israelense da Faixa da Gaza, no ano passado, líderes do Estado judeu especularam a possibilidade de realizar mais algumas desocupações na Cisjordânia de modo a estabelecer unilateralmente uma fronteira, se as negociações de paz continuarem emperradas.

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